A utilização de espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) na caracterização de azeites da cv. Galega vulgar provenientes de diferentes regiões Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • A ‘Galega vulgar’, é uma cultivar de oliveira autóctone portuguesa, com uma distribuição de norte a sul do território nacional, fazendo parte integrante de cinco das seis Denominações de Origem Protegida (DOP) para azeite. A região geográfica de origem, onde a oliveira cresceu e se desenvolveu pode ter influência na composição físico-química e caraterísticas dos azeites. A espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) é uma técnica com utilização crescente pela facilidade de uso, rapidez e qualidade de resultados podendo ser usada como uma alternativa não-invasiva a outras técnicas na avaliação da composição e qualidade dos azeites. O FTIR permite estabelecer um espectro representativo da composição química de uma dada amostra. Neste sentido, e considerando que a região de origem influi na composição dos azeites da cv. ‘Galega vulga’, procedeu-se à análise de azeites elementares desta cultivar provenientes de sete origens geográficas diferentes (Alijó, Castelo Branco, Covilhã, Elvas, Mirandela, Penamacor e Vila Velha de Rodão) num total de 36 amostras. Procedeu-se à análise dos azeites utilizando a região de espectro FTIR caraterística para esta matriz, entre 4000 a 600 cm-1, tendo as amostras sido analisadas em duplicado. Os azeites analisados possuem espectros típicos, com bandas de absorção nas regiões entre 3080 a 2750 cm-1 e 1850 a 600 cm-1. Os resultados mostram que as diferenças de transmitância observadas em 7 números de onda (1468, 1215, 1132, 1095, 1028, 918 e 642 cm-1) permite estabelecer um modelo de análise discriminante linear, capaz de prever corretamente a origem geográfica dos 36 azeites estudados. Esta capacidade de discriminação deverá estar relacionada com as diferenças na composição dos azeites nomeadamente ao nível da composição em triglicerídeos. O estudo permite, assim, confirmar a possibilidade e o potencial de aplicar a técnica FTIR como uma ferramenta promissora, rápida e não destrutiva para identificar a origem geográfica de azeites da cv. Galega vulgar.

data de publicação

  • novembro 1, 2021