Influência da radiação por feixe de eletrões no perfil cromatográfico de Bauhinia variegata var candida: flor comestível proveniente do brasil
Artigo de Conferência
Visão geral
Visão geral
resumo
As flores de Bauhinia variegata var candida apresentam coloração branca e
são vulgarmente conhecidas como “patas de vaca branca”, sendo muito utilizadas na
cozinha gourmet como forma de aumentar a qualidade sensorial e nutricional dos
alimentos [1,2]. No presente estudo, as flores foram submetidas a radiação por feixe
de eletrões em diferentes doses (0,5 e 0,8 kGy) como forma de descontaminação, e
seguidamente analisadas em termos de parâmetros nutricionais (humidade,
proteínas, gordura, hidratos de carbono e cinzas) e perfis em açúcares livres (HPLCRI),
ácidos gordos (GC-FID), tocoferóis (HPLC-Fluorescência) e ácidos orgânicos
(HPLC-DAD). As amostras não irradiadas e irradiadas mostraram um perfil nutricional
semelhante, sendo os hidratos de carbono os nutrientes mais abundantes, seguidos
das proteínas, gorduras e cinzas. Os perfis em açúcares foram também similares,
estando presente a frutose em maior quantidade, seguida da glucose e da sacarose.
Os ácidos mirístico (C14:0), palmítico (C16:0), esteárico (C18:0) e oleico (C18:1n9),
foram os ácidos gordos mais abundantes. Os ácidos gordos saturados (SFA) foram
os mais abundantes, seguidos dos mono (MUFA) e polinsaturados (PUFA). Neste
caso, com maior dose de radiação verificou-se que a percentagem de SFA e MUFA
diminui ligeiramente (principalmente pelo aumento dos ácidos esteárico e oleico,
respetivamente), aumentando a percentagem de PUFA (principalmente pelo aumento
dos ácidos linoleico e α-linolénico). No que respeita aos tocoferóis, só a isoforma α foi
encontrada, apresentando aproximadamente o mesmo conteúdo nas amostras irradiadas e não irradiadas (1,75±0,06 mg/mL). O ácido cítrico foi o ácido orgânico
mais abundante nas amostras, seguido dos ácidos: málico, ascórbico, oxálico e
fumárico. Também neste caso os valores mantiveram-se, com exceção do ácido
cítrico que aumentou ligeiramente com as doses de irradiação (55,94, 61,70 e 67,64
mg/mL, respetivamente). Em síntese, verificou-se que as doses de irradiação
aplicadas não alteraram significativamente a composição química das amostras em
estudo, e pode ser considerada uma técnica de descontaminação e preservação de
flores comestíveis.