Caracterização cromatográfica de compostos bioativos obtidos a partir de casca, sementes e fibras remanescentes do aproveitamento industrial da polpa de abóbora Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • A procura de fontes económicas adequadas para obtenção de compostos naturais com propriedades bioativas tem vindo a ser crescentemente investigada. Neste sentido, o extrato das cascas, fibras e sementes de três variedades de abóbora (‘Butternut Squash’, ‘Common Pumpkin’ e ‘Kabocha Squash’) cultivadas em Portugal foram avaliadas cromatograficamente quanto ao seu conteúdo de moléculas de alto valor acrescentado. A composição das amostras em tocoferóis foi determinada por HPLC-FLD, em ácidos orgânicos por UFLC–PDA e em compostos fenólicos por HPLC/DAD-ESI/MS. As cascas apresentaram o perfil mais diversificado de compostos fenólicos, sendo tentativamente identificados oito diferentes compostos na variedade ‘Common Pumpkin’. O (-)-epicatechin ([M-H]- em m/z 289) foi o composto maioritário em todas as amostras, que revelaram conter entre um a cinco flavonoides. Para além disso, verificou-se a presença do ácido fenólico 7 4-O-(6′-O-glucosyl-4″-hydroxybenzoyl)-4- hydroxybenzyl alcohol ([M-H]- em m/z 405). Relativamente aos tocoferóis, o α-tocoferol foi encontrado em todas as amostras, sendo esta a isoforma biologicamente mais ativa da vitamina E. Nas amostras que apresentaram a isoforma β, esta foi detetada em maior quantidade. Foi ainda encontrado o δ-tocoferol e nenhuma das amostras apresentou γ-tocoferol. No que respeita aos ácidos orgânicos, foram identificados os ácidos oxálico e málico em todas as amostras e quase todas apresentaram ácido cítrico e fumárico. Os ácidos quínico, ascórbico e chiquímico não foram detetados. Estes resultados demonstram a riqueza em compostos naturais bioativos dos subprodutos do processamento industrial da polpa da abóbora e corroboram, assim, a importância da valorização dos mesmos, promovendo processos industriais mais sustentáveis.

data de publicação

  • dezembro 2022