Caracterização de ácidos orgânicos por UPLC-PDA em plantas silvestres de uso alimentar
Artigo de Conferência
Visão geral
Visão geral
resumo
A análise de ácidos orgânicos tem-se tornado cada vez mais importante devido ao papel destes compostos na atividade fisiológica das plantas. Têm sido desenvolvidas várias técnicas de análise de ácidos orgânicos em plantas nomeadamente, cromatografia gasosa (GC), eletroforese capilar, cromatografia de troca iónica e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A determinação de ácidos orgânicos por GC requer passos de derivatização e, por isso, as técnicas de HPLC têm sido mais utilizadas. O nosso grupo de investigação otimizou um método de extração e análise de ácidos orgânicos em cogumelos, recorrendo à cromatografia líquida ultra-rápida acoplada a um detetor de fotodíodos (UFLC-PDA)1.
Neste trabalho, essa técnica foi alargada a outras matrizes: plantas silvestres de uso alimentar. Catorze espécies tradicionalmente consideradas comestíveis em Trás-os-Montes foram analisadas, tendo em conta o seu uso popular. Rebentos de Asparagus acutifolius, Bryonia dioica e Tamus communis: o maior teor em ácidos orgânicos (148 mg/ g massa seca), com uma maior contribuição de ácido málico (125 mg/g) foi encontrado na amostra de B. dioica. Folhas e partes aéreas de Borago officinalis, Montia fontana, Rorippa nasturtium-aquaticum e Rumex acetosella: foi a última espécie que apresentou o maior teor em ácidos orgânicos (277 mg/ g), com a maior contribuição de ácido quínico. Flores e inflorescências de Foeniculum vulgare, Origanum vulgare e Thymus mastichina, espécies com uso condimentar e medicinal: a amostra de F. vulgare apresentou o maior teor em ácidos orgânicos (127 mg/ g), com a contribuição maioritária de ácido málico. Por último, frutos maduros de Arbutus unedo, Crataegus monogyna, Prunus spinosa e Rosa canina, tendo sido a amostra de P. spinosa a que apresentou os níveis mais altos de ácidos orgânicos (96 mg/ g), com a contribuição mais significativa de ácido málico.
Em geral, de entre as espécies estudadas, as folhas e partes aéreas de Rumex acetosella revelaram o teor mais elevado de ácidos orgânicos totais.
Alguns dos ácidos orgânicos encontrados nas plantas estudadas têm muito interesse como aditivos alimentares nomeadamente, antioxidantes (p.ex. ácido ascórbico) ou acidificantes (p.ex. ácidos cítrico e málico)