Plantas aromáticas usadas como condimentos: prevalência de ácidos gordos polinsaturados
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resumo
Tradicionalmente, as plantas aromáticas são adicionadas para aprimorar o sabor
aos alimentos e substituir o uso excessivo de sal ou condimentos com alto teor em
gordura. Reconhecidas desde a antiguidade como alimentos funcionais, estas ervas
continuam a ser recomendadas em dietas contemporâneas por fornecerem
benefícios fisiológicos adicionais aos requisitos nutricionais mais comuns. De entre
os compostos fitoquímicos responsáveis por estas propriedades, destacam-se os
ácidos gordos, especialmente os ácidos gordos essenciais, que têm papéis
fundamentais no crescimento e na manutenção de um estado equilibrado de
saúde. Assim, o presente estudo teve como objetivo comparar a composição em
ácidos gordos de vinte e seis espécies amplamente consumidas como condimentos,
nomeadamente aneto, cebolinho, coentros, erva-peixeira, estragão, loureiro,
malaguetas, orégãos, salsa, segurelha, tomilho-vulgar, manjerona, alecrim,
alfazema, carqueja, erva-príncipe, funcho, hortelã-vulgar, hortelã-pimenta,
limonete, manjericão, poêjo, salva, stévia, tomilho bela-luz e tomilho-limão.
A técnica utilizada foi a de análise GC-FID (cromatografia gasosa com detecção por
ionização de chama) e os resultados foram expressos em percentagem relativa dos
diferentes ácidos gordos.
Nos condimentos analisados, foram encontrados trinta e dois ácidos gordos
diferentes, com prevalência de ácidos gordos polinsaturados (PUFA), seguidos dos
ácidos gordos saturados (SFA) e monoinsaturados (MUFA). A carqueja revelou a
percentagem mais elevada de SFA (60,12%), com a contribuição significativa dos
ácidos palmítico (C16:0, 25,66%) e araquídico (C20:0, 13,39%). As malaguetas
demonstraram uma prevalência de MUFA com elevadas percentagens de ácido
oleico (C18:1n9, 19,26%), enquanto o cebolinho e o funcho apresentaram as
maiores percentagens de PUFA, ambas com grandes percentagens de ácidos
linoleico (C18:2n6; 22,85 e 24,38%, respetivamente) e α-linolénico (C18:3n3; 47,77
e 45,89%, respetivamente).
Com este estudo foi possível aprofundar o conhecimento de várias plantas
aromáticas, no que respeita à sua composição em ácidos gordos, permitindo
corroborar a relevância da sua contribuição para uma melhorada nutrição.