Influência da temperatura de secagem nos compostos fenólicos e nas propriedades bioativas de folhas, caules e casca de Croton urucurana Baill
Artigo de Conferência
Visão geral
Visão geral
resumo
A secagem de plantas medicinais (tecnologia física de processamento térmico) é um processo crucial
que visa a manutenção da qualidade pós-colheita, bem como a conservação de compostos bioativos
com propriedades fitoterapêuticas [1,2]. Croton urucurana Baill, conhecida popularmente no Brasil como
sangra d’água, é principalmente utilizada pelas suas propriedades anti-hemorrágicas, anti-inflamatórias,
anti-sépticas, cicatrizantes e pela sua ação antifúngica e entomológica [3,4]. O presente trabalho teve
como objectivo verificar a influência da temperatura de secagem (40, 50, 60 e 70 °C) no perfil fenólico
(obtido por HPLC-DAD-ESI/MS) de folhas, caules e casca da espécie anteriormente referida; bem como
nas propriedades antioxidantes e citotóxicas dos seus extratos hidroetanólicos e aquosos (obtidos por
decocção). Relativamente aos compostos fenólicos, o perfil foi muito semelhante em todas as amostras,
havendo somente diferenças na quantidade de cada um dos compostos; as folhas secas a 40°C
revelaram a maior concentração de compostos fenólicos. Foram identificados flavan-3-óis, flavonas,
flavonóis e ácidos fenólicos (o ácido gálico foi somente detetado nos caules). A maior atividade
antioxidante foi observada nos extratos hidroetanólicos de folhas e caules secos a 50 °C e de casca
seca a 40 °C. Todas as amostras revelaram atividade citotóxica, sendo que os GI50 mais baixos foram
também obtidos nos extratos hidroetanólicas e a temperaturas de secagem mais baixas. Com estes
resultados podemos concluir que as altas temperaturas de secagem influenciam o conteúdo de
compostos fenólicos e as propriedades bioativas de Sangra d’água. A adequabilidade das temperaturas
de secagem para o processamento de plantas medicinais é de extrema importância para a indústria de
forma a preservar as suas propriedades bioativas.