Caracterização nutricional de Geranium molle L. e bioatividade dos seus extratos aquosos Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Tem-se verificado um interesse crescente pelo estudo das propriedades biológicas das plantas e dos princípios ativos responsáveis por essas propriedades [1]. Geranium molle L. é uma planta pertencente à família Geraniaceae cujas decocções e infusões têm sido utilizadas na medicina popular portuguesa no tratamento de várias doenças, incluindo o cancro [2]. Contudo, ao contrário de muitas das espécies do género Geranium, a sua caracterização fitoquímica e atividade biológica têm sido muito pouco estudadas. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar nutricionalmente amostras silvestres de G. molle provenientes de Trás-os-Montes, Portugal. Para além da composição em macronutrientes, foi também determinado o perfil em açúcares livres, ácidos orgânicos, ácidos gordos e tocoferóis. A infusão e a decocção (formas comuns de consumo) foram avaliadas quanto à sua bioatividade, nomeadamente: atividade antioxidante (capacidade de captação de radicais livres, poder redutor e inibição da peroxidação lipídica) e citotoxicidade (avaliada em várias linhas celulares tumorais humanas: MCF-7, NCI-H460, HeLa e HepG2). A toxicidade dos extratos foi também testada numa cultura de células primárias de fígado de porco (não tumorais). G. molle mostrou ser uma planta rica em glúcidos e proteínas, e uma fonte de tocoferóis e ácidos gordos essenciais. A infusão e a decocção mostraram concentrações semelhantes de flavonóides totais, mas a infusão apresentou maior concentração de fenóis totais, facto provavelmente relacionado com a maior atividade antioxidante observada neste extrato. No entanto, o extrato da decocção mostrou ser mais tóxico para células tumorais do que o da infusão, exceto para a linha HeLa. Nenhum dos dois extratos mostrou toxicidade em células de fígado não tumorais até à máxima concentração testada (400 μg/mL). Mais detalhes deste trabalho podem ser consulta-dos numa recente publicação dos autores [3] que, juntamente com a presente comunicação, visam recuperar e valorizar a utilização tradicional desta espécie vegetal.

data de publicação

  • setembro 2016