Caracterização físico-química e atividade antioxidante da casca de nove cultivares de romã cultivadas em Espanha
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resumo
Espanha é o maior produtor europeu de romã, estando a sua produção localizada principalmente nas províncias da Comunidade Valenciana. A casca representa cerca de 50% do peso do fruto, sendo um significativo subproduto da indústria de bebidas elaboradas à base de romã. Até ao momento, geralmente a casca não é utilizada para outros fins, sendo desperdiçada. Nesse sentido, de forma a valorizar este subproduto, o presente estudo teve como objetivo determinar a presença de taninos hidrolisáveis e de flavonoides, bem como a atividade antioxidante (Capacidade Redutora Total, Efeito Bloqueador dos Radicais Livres DPPH e Poder Redutor) da casca de nove cultivares (Mollar de Elche, Valenciana, White, CG8, Cis 127, Parfianka, Katirbasi, Wonderful 1 e Wonderful 2) existentes em Espanha.
Os resultados demonstraram que as nove cultivares estudadas apresentam diferenças nas percentagens de casca (36,2 a 57,7% para a Parfianaka e Cis 127, respetivamente), bem como na sua cor. A cultivar White foi aquela que apresentou os valores mais baixos de L*, a* e b*. Em relação à atividade antioxidante, a cultivar Valenciana destacou-se face às restantes, apresentando os valores mais elevados de flavonoides (546 mg QE/g extrato); taninos hidrolisáveis (2109 mg TAE/g extrato), Capacidade Redutora Total (1510 mg GAE/g extrato), efeito bloqueador dos radicais livres DPPH (com menor valor de EC50 e igual a 6.93 mg/l) e Poder Redutor (com menor valor de EC50 e igual a 41.8 mg/l). Logo, foi a casca com a maior quantidade em compostos bioativos. Além disso, outras cultivares, tais como a Cis 127, Mollar de Elche e Wonderful 1, apresentaram características importantes, tais como, alto teor em flavonoides, taninos e Capacidade Redutora Total. Pelo contrário, de um modo geral, a casca da cultivar Katirbasi foi a que apresentou os valores inferiores nessas propriedades.
Em suma, o presente trabalho demonstrou que as cascas de cultivares de romã existentes em Espanha podem ser reutilizadas e os seus extratos incorporados em outros produtos alimentares, tendo em conta os compostos detetados que são referidos na literatura como tendo efeitos positivos na saúde humana.