Perfil fenólico individual e potencial antioxidante de partes vegetativas de Fragaria vesca L..
Artigo de Conferência
Visão geral
Visão geral
resumo
O morangueiro silvestre (Fragaria vesca L., Rosaceae) está disseminado por
toda a Península Ibérica, podendo também ser encontrado na Coreia, América do
Norte e Canadá [1]. Apesar dos frutos serem mais consumidos, as partes vegetativas
têm sido tradicionalmente usadas devido às suas propriedades tónicas e diuréticas e,
em particular as suas decocções são recomendadas no tratamento da hipertensão
[2,3]. As propriedades bioativas dos frutos F. vesca têm sido correlacionadas com a
presença de compostos fenólicos, nomeadamente ácidos elágicos, procianidinas e
flavonóis [4]. No entanto, o perfil fenólico das partes vegetativas é ainda
desconhecido. Assim, no presente trabalho foi analisada a composição fenólica de
extratos hidrometanólicos e aquosos obtidos a partir de partes vegetativas de
amostras comerciais e silvestres de F. Vesca, tendo sido também avaliada a sua
atividade antioxidante. Os perfis fenólicos, obtidos por HPLC-DAD-ESI/MS, das
amostras comercial e silvestre foram bastante distintos, no entanto, em termos de
derivados de ácido elágico, ambas apresentaram o isómero sanguiin h10 como
composto maioritário, bem como trímeros de procianidinas e ramnósido de quercetina
na amostra comercial e silvestre, respetivamente. A infusão da amostra silvestre
apresentou maior atividade captadora de radicais DPPH (EC50= 86.17 μg/mL) e
compostos fenólicos (CF = 134.65 mg/g) comparativamente à amostra comercial. A
infusão da amostra silvestre mostrou também maior poder redutor, inibição da descoloração do β- caroteno e inibição da formação de TBARS (EC50= 62.23, 12.34
e 3.12 μg/mL, respetivamente); o poder redutor mostrou maior correlação com F e
F3O, enquanto o ensaio TBARS se correlacionou mais com DAE e F. A atividade
antioxidante da amostra comercial (especialmente o poder redutor e a inibição da
descoloração do β- caroteno) revelou uma elevada correlação com a presença de
derivados de ácido elágico (DAE), flavonóis (F), flavan-3-óis (F3O) e CF.
Os resultados obtidos demonstram o elevado potencial antioxidante das partes
vegetativas do morangueiro silvestre, podendo constituir uma nova fonte de
compostos bioativos para aplicação na área alimentar e farmacêutica.