Caracterização química de amostras silvestres e comerciais de Achillea millefolium L. Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • As plantas medicinais têm vindo a ser usadas desde tempos ancestrais e surgem hoje em dia como uma alternativa aos produtos sintéticos, devido à sua riqueza em compostos bioativos [1]. Achillea millefolium L. pertence à família das Asteraceae e é vulgarmente conhecida como milefólio ou milfolhada, sendo muito comum em prados, caminhos, campos de cultivo e quintais. Disseminada por toda a Europa, as suas infusões, decocções e extractos alcoólicos são muito utilizados no tratamento de problemas digestivos, diabetes e doenças hepatobiliares, mostrando também propriedades antitumorais, antimicrobianas, anti-inflamatórias e antioxidantes [2, 3]. No presente trabalho, foram caracterizadas amostras comerciais e silvestres de A. millefolium em termos de composição nutricional e perfil em açúcares livres, ácidos orgânicos, ácidos gordos e tocoferóis, determinados por técnicas cromatográficas acopladas a diferentes detectores (HPLC-RI, HPLC-PDA, GC-FID e HPLC-fluorescência, respetivamente). Os hidratos de carbono, seguidos das proteínas, foram os macronutrientes maioritários em ambas as amostras. A amostra comercial mostrou um teor mais elevado de gordura (ácidos gordos saturados, especialmente ácido palmítico, C16:0), proteínas, cinzas, valor energético e açúcares totais (incluindo frutose, sacarose e trealose). A amostra silvestre revelou maior conteúdo em hidratos de carbono; também revelou a presença de rafinose (não tendo sido detetada na amostra comercial), ácidos gordos polinsaturados (maioritariamente ácido linoleico, C18:2n-6) e ácidos orgânicos (incluindo os ácidos málico, oxálico e quínico). Relativamente aos tocoferóis, ambas as amostras revelaram um perfil muito semelhante, apesar da amostra silvestre ter mostrado uma maior concentração em tocoferóis totais; o γ- tocoferol foi a isoforma mais abundante, enquanto o δ-tocoferol não foi detetado nas amostras estudadas. Os resultados obtidos são uma prova clara que as plantas usadas na medicina tradicional podem ter aplicabilidade não só em produtos caseiros mas também na indústria alimentar e farmacêutica como fonte de compostos bioativos.

data de publicação

  • dezembro 2015