O exercício da cidadania é hoje entendido como um dever e um direito a usufruir em qualquer
contexto educativo. No interior da escola todos os seus protagonistas são convidados a exercitar práticas de
cidadania. Não se exclui ninguém, mesmo os mais pequenos interlocutores têm o direito a participar nas
decisões que, por alguma razão, possam ter influência na sua vida académica. A cidadania da criança constituise
deste modo como um desafio à mudança das estruturas políticas, educativas e sociais, à transformação das
instituições e à renovação cultural (Sarmento, T. 1999).
As relações que se estabelecem no interior das instituições educativas podem ser determinantes para
dar voz e visibilidade à criança. Se até há décadas atrás as fronteiras entre a escola e as famílias estavam
claramente definidas e fechadas cada uma em si, actualmente, e tendo em linha de conta a relevância da
cidadania, torna‐se pertinente efectivar práticas de colaboração que impliquem a co‐responsabilização de
todos (pais, professores e comunidade) na educação. De uma relação conturbada e frágil (Montandon e
Perrenoud, 2001) há assim a possibilidade de passar a revelar‐se uma relação entre a escola e os pais,
melodiosa e refinada, ainda que não generalizada a todos os casos.
A escola faz parte da vida quotidiana das famílias e, nos dias que correm, a gestão partilhada da
instituição escolar é uma realidade cada vez mais assumida, contribuindo para uma cooperação mais estreita
entre todos os actores directamente envolvidos. As vantagens desta proximidade são inúmeras e
manifestamente positivas para o bom desenvolvimento educativo.