Aspetos epidemiológicos da gafa da oliveira e diversidade dos agentes causais no estado de Minas Gerais
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resumo
A gafa da oliveira é considerada uma das doenças fúngicas mais importantes do olival
em todo o mundo. Esta doença afeta essencialmente os frutos provocando elevadas perdas
ao nível da produção e da qualidade de azeite. Em Portugal, esta doença é causada
principalmente por diversos fungos que se agrupam no complexo de espécies de
Colletotrichum acutatum. No Brasil, são cultivados cerca de três mil hectares de olival,
estando atualmente esta cultura em grande fase de expansão em áreas serranas dos estados
do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo. No entanto, devido às
condições climatéricas propicias ao desenvolvimento da gafa, os frutos verdes são
intensamente atacados, resultando na sua queda precoce. Este trabalho foi realizado em
vários olivais localizados no estado de Minas Gerais (Brasil) com o objetivo de determinar a
severidade e incidência da doença, a diversidade e distribuição de espécies de
Colletotrichum, e avaliar a sua preferência pelo hospedeiro. As cultivares estudadas foram a
Manzanilha, Koroneiki, Grappolo, Arbosana, Arbequina e Maria da Fé. A diversidade de
espécies de Colletotrichum foi avaliada pela sequenciação do rDNA, de isolados previamente
obtidos de frutos com sintomas de gafa. Das cultivares avaliadas a cv. Manzanilha foi a que
apresentou maior número de frutos afetados bem como maior severidade da doença,
seguindo-se as cvs. Arbosana e Maria da Fé. Entre as populações de C. acutatum s.l. foram
identificados três grupos moleculares diferentes: C. acutatum (s.s), C. nymphaeae e C.
simmondsii. Foram ainda identificadas as espécies C. gloeosporioides (s.s), C. siamense, C.
kahawae pertencentes ao complexo C. gloeosporioides s.l. Os resultados indicaram que o
grupo C. acutatum foi dominante numa determinada região, enquanto que o grupo C.
gloeosporioides, C. siamense, C. kahawae ocorreram esporadicamente.