Estudo da composição química de seis genótipos de Portulaca oleracea L. Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Portulaca oleracea L. (vulgarmente designada por beldroega) é uma erva daninha cujas partes aéreas são comestíveis, sendo consumidas cruas, em saladas ou cozidas [1]. Existe uma variação genética significativa entre os genótipos de beldroegas [2], e esta diversidade pode ser utilizada no desenvolvimento de cultivares de alto rendimento com elevado conteúdo em ácidos gordos ómega-3, por exemplo. O objetivo deste trabalho foi analisar a composição química de seis genótipos de beldroega: três ecótipos silvestres provenientes do mar Cáspio da região do Irão (genótipo A, B e C: das cidades de Sari, Gorgan e Aliabad, respetivamente), uma variedade local proveniente da região de “Domokos” na Grécia central (genótipo D) e duas cultivares comerciais beldroega comum de Gemma S.A. (genótipo E) e beldroega verde escura (genótipo F). Os açúcares foram determinados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) acoplada a um detetor de índice de refração; os ácidos orgânicos foram analisados por HPLC acoplada a um detetor de fotodíodos e os ácidos gordos por cromatografia gasosa acoplada a um detetor de ionização de chama. Verificou-se que a composição química de beldroegas é dependente do genótipo. O teor em açúcares totais foi mais elevado no genótipo B; o teor em ácido oxálico foi menor no genótipo D e maior no genótipo C. Os ácidos gordos mais abundantes foram o ácido palmítico (C16:0), o ácido oleico (C18:1), o ácido linoleico (C18:2n6) e o ácido alfa-linolénico (C18:3n3), com diferenças significativas nos teores presentes nos diferentes genótipos avaliados. O genótipo D apresentou maior percentagem relativa do ácido alfa-linolénico. O genótipo E revelou possuir uma composição equilibrada de ácidos gordos ómega-3 e ómega-6. As variedades comerciais (genótipos E e F) foram bastante similares aos genótipos B e C. Este estudo fornece novas informações sobre a composição química de beldroegas que podem ser utilizadas na indústria alimentar como produtos de elevada qualidade e valor acrescentado. Assim, estas plantas devem ser valorizadas, nomeadamente como uma fonte de ácidos gordos ómega-3.

data de publicação

  • novembro 2016