Caracterização química de uma coleção de germoplasma de variedades tradicionais de tomate com recurso a diferentes técnicas cromatográficas
Artigo de Conferência
Visão geral
Visão geral
resumo
O tomate (Solanum lycopersicum L.) é uma importante fonte de nutrição para a população mundial [1].
Ao longo do seu processo evolutivo e de domesticação, esta espécie sofreu alterações genéticas e
fenómenos de endogamia severa que levaram ao surgimento de variedades com diferentes atributos
morfológicos e sensoriais [2]. Estas variedades têm sido cultivadas localmente e representam um
reservatório de diversidade genética com enorme potencial. No entanto, uma vez que a informação
sobre a variação química entre populações de tomateiro é limitada, este estudo teve como objetivo
caracterizar quimicamente diferentes variedades portuguesas de tomate. Para isso, as sementes de
cinco acessos de tomate da região de Santarém (conhecidos por “coração-de-boi”, “maçã”, “tomate”,
“redondo” e “vermelho”), que se encontravam conservada ex situ no Banco Português de Germoplasma
Vegetal, em Braga, foram regeneradas para obter material vegetal para análise. Os frutos maduros foram
colhidos à mão e analisados quanto aos teores de açúcares (por HPLC-RI), ácidos orgânicos (por HPLCPDA),
tocoferóis (por HPLC-fluorescência), ácidos gordos (por GC-FID) e compostos fenólicos (por
HPLC-DAD-ESI/MS) [3]. As variedades analisadas apresentaram diferenças nos teores de compostos
sem o efeito de variação das condições edafoclimáticas. Os teores mais elevados de ácido ascórbico e
β-tocoferol e os mais baixos de ácidos gordos polinsaturados (PUFA) foram detetados na variedade
“maçã”. A variedade “tomate” apresentou os teores mais altos de frutose, glucose e δ-tocoferol e os mais
baixos de α-tocoferol, tocoferóis totais e ácido málico. Em contrapartida, os teores mais baixos de
açúcares, ácido ascórbico e ácido cítrico e as concentrações mais elevadas de ácido málico, 𝛼- e γ-
tocoferóis, PUFA e ácidos fenólicos foram quantificados na variedade “vermelho”. Os compostos
fenólicos foram particularmente abundantes na variedade “redondo”. Os resultados deste estudo serão
úteis para estabelecer critérios para uma seleção racional das variedades de tomate mais promissoras
do ponto de vista químico.