O setor do castanheiro (Castanea sativa Mill.) encontra-se numa situação de grande ambiguidade. Se por um lado os
produtores têm sentido um forte estímulo a apostar na cultura, devido aos preços favoráveis que a castanha vem
mantendo, por outro tende a surgir algum desânimo, pelas doenças e pragas que enfermam a cultura. De qualquer
forma, a castanha continua a ser a principal fonte de receita dos agricultores de diversas freguesias do Norte e Centro do
país, com a produção Nacional a ultrapassar as 34 000 t de castanha (INE, 2019). No presente, o castanheiro é valorizado
sobretudo pela parte comestível da castanha. Contudo, numa perspetiva de aumento da rendibilidade dos produtores
e demais agentes da fileira e da sustentabilidade dos sistemas de produção, seria importante encontrar novas valorizações
para os subprodutos associados à colheita e transformação industrial. Com alguma expressão quantitativa, cascas
(3000 t ano-1), ouriços (10 000 t ano-1) e lenha de poda (30 000 t ano-1) mas também flores e folhas podem ser matérias-
-primas importantes para diferentes áreas de negócio, em especial porque contêm um elevado número de compostos
químicos com potencial aplicação na indústria alimentar e/ou farmacêutica. Neste trabalho serão apresentados alguns
dados estatísticos da cultura e apresentada uma estimativa da produção dos subprodutos, bem como algumas das suas
potenciais utilizações.