Frutos de Rubus ulmifolius Schott como uma fonte de compostos fenólicos e propriedades bioativas
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resumo
O interesse em espécies silvestres tem vindo a aumentar gradualmente devido à sua
rica composição nutricional e moléculas de interesse bioativo, fundamentais para
o bom funcionamento do organismo. Esta diversidade de compostos, para além
de ser benéfica a nível alimentar, estabelece vantagens para futuras aplicações em
diversos setores industriais, particularmente, alimentar, cosmético e farmacêutico
[1,2]. A espécie Rubus ulmifolius Schott (vulgarmente denominada por silva-brava
ou amora-silvestre) pertence à família Rosaceae e é essencialmente conhecida pêlos
seus frutos. O seu perfil químico evidencia compostos bioativos, nomeadamente,
compostos fenólicos, que lhes confere propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias,
antimicrobianas, antitumorais, entre outras [3, 4].
Neste trabalho, foi determinado o perfil fenólico dos frutos da espécie R. ulmifolius,
assim como, avaliado o seu potencial como agente bioativo, estudando a atividade
citotóxica e antimicrobiana.
Os compostos fenólicos foram determinados através de um sistema HPLC-DAD-ESI/
MS, enquanto que o potencial citotóxico das amostras foi avaliado em linhas celulares
tumorais MCF-7 (adenocarcinoma da mama), NCI-H460 (carcinoma de pulmão),
HeLa (carcinoma de cervical) e HepG2 (carcinoma hepatocelular), e numa cultura
de células primárias não-tumorais (PLP2), pelo método da sulforrodamina B (SRB).
A atividade antimicrobiana foi avaliada através do método de microdiluição usando
bactérias Gram-positivo e Gram-negativo, bem como fungos.
Tendo em conta os resultados obtidos, R. ulmifolius evidenciou um perfil fenólico
com 11 compostos não antociânicos (salientando-se o pentósido do ácido elágico) e
5 compostos antociânicos (destacando-se a cianidina-3-O-glucósido) com potencial
corante. No que concerne às suas propriedades bioativas, os extratos hidroetanólicos
preparados a partir dos frutos não revelaram qualquer capacidade antiproliferativa
em nenhuma das linhas celulares testadas, mas também não manifestaram toxicidade
nas células não-tumorais (GI50>400). No entanto, quanto à atividade antimicrobiana
obtiveram-se resultados favoráveis, tendo os extratos revelado um efeito bacteriostático,
com valores de MIC (concentração mínima inibitória) entre 5 e 20 mg/mL.
Assim, este estudo mostrou que os frutos de R. ulmifolius são uma boa fonte de
compostos fenólicos e que exibem propriedades antimicrobianas, sendo possível a sua
aplicabilidade não só como fonte de nutrientes, mas também como agentes bioativos.