Caracterização fenólica da casca do fruto de Ficus carica L. por LC-DAD-ESI/MS Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Os efeitos adversos causados por alguns aditivos artificiais têm conduzido a um interesse crescente pela procura de alternativas naturais e sem toxicidade associada [1]. As antocianinas têm sido descritas como uma excelente fonte de corantes naturais para aplicação alimentar, aspeto impulsionado pela diversidade de cores que estas podem apresentar (vermelho, violeta, roxo e azul) e pelo facto de não existirem restrições quanto à sua utilização [2]. O processamento industrial de fruta gera grandes quantidades de resíduos (por exemplo frutos não conformes, restos de polpa, casca, caroços ou sementes), que poderão ser uma fonte importante de pigmentos e/ou moléculas bioativas, nomeadamente compostos fenólicos. Neste contexto, no presente trabalho a casca do fruto de Ficus carica L. (figo) foi estudada visando a sua valorização como fonte de corantes naturais, em particular como fonte de antocianinas, para aplicação na indústria alimentar. A sua caracterização foi efetuada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a um detetor de díodos e a um espetrómetro de massa (LC-DAD-ESI/MS). A identificação dos compostos detetados foi realizada por comparação com os tempos de retenção, padrão de fragmentação e espectros UV-Vis de compostos padrão, ou recorrendo a dados existentes na literatura. Os cromatogramas foram adquiridos a 520 nm e a quantificação dos compostos identificados, através do uso de retas de calibração obtidas a partir de padrões comerciais. A casca de figo apresentou apenas uma antocianina, a cianidina-3-rutinósido ([M-H]- a m/z 595), sendo esta a molécula responsável pela coloração apresentada. Em síntese, esta matriz pode ser valorizada como uma fonte de ingredientes corantes, constituindo uma alternativa aos corantes artificiais.

data de publicação

  • dezembro 2017