Valorização de biorresíduos da produção de sumo de laranja: Extração de ácido cítrico
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A laranja é um dos frutos mais consumidos mundialmente, sendo uma parcela considerável destinada à produção de sumos, operação industrial que gera uma grande quantidade de resíduos (polpa, cascas e sementes). Uma parte destes biorresíduos é utilizada na produção de ração animal; contudo, uma quantidade significativa ainda é depositada em aterros sanitários, gerando um impacto ambiental considerável [1,2,3]. As atividades biológicas da casca de laranja, como os potenciais antimicrobianos e antioxidantes foram já comprovados por diversos estudos; no entanto, são escassos os trabalhos sobre técnicas de extração eficientes para obtenção de compostos bioativos a partir destes subprodutos [4]. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi a valorização das cascas de laranja, promovendo a sua reciclagem em ingredientes naturais, com recurso à otimização de técnicas de extração para obtenção de extratos ricos em ácido cítrico (agente antimicrobiano, acidificante e aromatizante). Para isso, foi selecionada a técnica de extração assistida por ultrassons, aplicando um delineamento experimental consistindo num desenho central composto rotativo usando a metodologia de superfície de resposta para otimização, o qual combinou cinco níveis das variáveis independentes: percentagem de etanol (0-100%), tempo (2-45 min) e intensidade ultrassónica (50-500 W). Os teores de ácido cítrico foram determinados por UFLC-PDA e usados como resposta da otimização. O software Design-Expert foi usado para modelação e análise gráfica dos dados. Os modelos teóricos desenvolvidos foram ajustados com sucesso aos dados experimentais, validados estatisticamente com base em altos valores de F e R2 e usados para prever as condições ótimas que maximizam a recuperação de ácido cítrico a partir da casca de laranja. Utilizando as condições ideais de processamento obtidas, nomeadamente intensidade ultrassónica média (119,2 W), tempo de extração médio (35,5 min.) e proporção de etanol baixa (0 %, v/v), foi prevista a recuperação de 6,4 g de ácido cítrico por 100 g de casca de laranja desidratada. A extração assistida por ultrassons revelou-se uma técnica promissora para a obtenção de ácido cítrico a partir destes biorresíduos de laranja, tornando possível a sua valorização através da obtenção de moléculas de elevado valor acrescentado com potencial aplicação em várias indústrias, como a alimentar.