Vigilância Epidemiológica de Resistência do Acinetobacter Baumannii a Três Grupos de Antibióticos na Europa Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Vigilância epidemiológica de resistência do Acinetobacter Baumannii a três grupos de antibióticos na Europa Introdução: Acinetobacter baumannii é um agente patogénico ubiquitário capaz de causar Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS). Um dos fatores que mais contribui para a multirresistência bacteriana é o uso contínuo e indiscriminado de antibióticos. Objetivos: Avaliar a prevalência de isolados resistentes de A. baumannii a carbapenémicos, fluoroquinolonas e aminoglicosídeos, observados entre 2012 e 2017 em regiões da Europa. Materiais e Métodos: Recolha de informação da base de dados da European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), reportada entre 2012 e 2017 em países Europeus. Foram calculadas as prevalências de resistência e respetivos intervalos de confiança a 95% do A. baumannii para cada grupo de antibióticos em quatro grandes regiões Europeias (Norte, Leste, Oeste e Sul), através do método de Wald e recorrendo ao software WinPepi. Resultados e Discussão: A região sul (onde se incluiu Portugal) apresenta valores mais elevados de prevalência de resistência, sendo de 75,44% (IC95%: 74,7%; 76,2%) para aminoglicosídeos, 85,2% (IC95%: 84,5%; 85,8%) para carbapenémicos, 84,7% (IC95%: 84,0%; 85,3%) para fluoroquinolonas e 73,7% (IC95%: 72,9%; 74,5%) para a combinação dos três tipos de antibióticos. Em contraste, a região oeste apresenta valores mais baixos de prevalência de resistência variando entre 5,8% (IC95%:5,1%; 6,5%) para carbapenémicos e 10,4% (IC95%:9,6%; 11,2%) para fluoroquinolonas, sendo que apenas 3,8% (IC95%: 3,2%; 4,3%) dos isolados apresentaram resistência à combinação de antibióticos. Na região norte os valores de prevalência de resistência variaram entre 13,9% (IC95%: 12,8%; 15,0%) para carbapenémicos e 18,6% (IC95%: 17,4%; 19,7%) para fluoroquinolonas, com 11,1% (IC95%: 10,1%; 12,1%) de isolados resistentes à combinação de antibióticos. A região leste apresenta valores de prevalência de resistência entre 53,2% (IC95%: 49,9%; 52,4%) para carbapenémicos e 71,4% (IC95%:70,4%; 72,5%) para fluoroquinolonas, apresentando 48,1% (IC95%: 46,8%; 51,2%) de resistentes à combinação de antibióticos. Conclusão: Contrariamente aos países da região norte e oeste, os países da região sul demonstraram uma elevada percentagem de resistência do A. baumannii aos carbapenémicos, aminoglicosídeos e fluoroquinolonas. Estas diferenças realçam a necessidade de se perceber os fatores que podem modificar o elevado risco de resistência aos antibióticos. Referências [1] Fournier PE, Richet H, Weinstein RA. The Epidemiology and Control of Acinetobacter baumannii in Health Care Facilities. Clin Infect Dis [Internet]. 2006; 42(5):692–9. Available from: https://academic.oup.com/cid/article-lookup/doi/10.1086/500202. [2] Rao GG, Ly NS, Diep J, Forrest A, Bulitta JB, Holden PN, et al. Combinatorial pharmacodynamics of polymyxin B and tigecycline against heteroresistant Acinetobacter baumannii. Int J Antimicrob Agents [Internet]. 2016; 48(3):331–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag.2016.06.006. [3] Rönnerstrand B, Lapuente V. Corruption and use of antibiotics in regions of Europe. Health Policy (New York) [Internet]. 2017; 121(3):250–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.healthpol.2016.12.010.

data de publicação

  • setembro 2020