Utilização do nariz eletrónico como ferramenta para discriminação de azeites aromatizados Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • A aromatização de azeites, pela adição de especiarias, plantas aromáticas ou frutos, é uma prática comum com vista à melhoria das características e propriedades sensoriais, indo ao encontro das espectativas de alguns consumidores. Contudo, esta prática pode promover fraudes, mascarando defeitos organoléticos ou até a utilização de misturas com azeites de categorias comerciais inferiores
  • A aromatização de azeites, pela adição de especiarias, plantas aromáticas ou frutos, é uma prática comum com vista à melhoria das características e propriedades sensoriais, indo ao encontro das espectativas de alguns consumidores. Contudo, esta prática pode promover fraudes, mascarando defeitos organoléticos ou até a utilização de misturas com azeites de categorias comerciais inferiores. Assim, o desenvolvimento de técnicas instrumentais não invasivas, como o nariz eletrónico, afigura-se da maior importância. Esta ferramenta tem sido utilizada para detetar adulterações, avaliar níveis de oxidação, classificar azeites de acordo com a classificação comercial e diferenciar azeites monovarietais. Assim, o objetivo deste trabalho foi utilizar o nariz eletrónico como ferramenta rápida para deteção e discriminação de azeites aromatizados. Para tal, de um lote de azeite, foram constituídos sub lotes que foram aromatizados por contato, durante 15 dias no escuro e à temperatura ambiente, com canela em pó, alho em pó e alecrim seco na proporção de 1,5 % (m/v). Para cada tipo de azeite foram feitas cinco repetições sendo o azeite original, não aromatizado utilizado como controlo. Os azeites obtidos foram filtrados e analisados com um nariz eletrónico, com 9 sensores MOS (metal oxide semiconductors), construído pela equipa de investigação. Aproximadamente 0,5 mL de azeite foram colocados num vial (unidade de amostragem, 28 ºC), sendo posteriormente a fase gasosa, representativa da composição volátil do azeite, transferida por vácuo, e colocada em contacto com sensores do nariz eletrónico (35 ºC), sendo posteriormente registados os sinais gerados (resistência elétrica, em Ohms). Os resultados mostraram que o nariz eletrónico, foi capaz de discriminar corretamente 100% dos azeites analisados. A capacidade de previsão do nariz eletrónico foi ainda confirmada, por validação cruzada, utilizando o procedimento leave-one-out, permitindo classificar corretamente 94 % das amostras, sendo dois azeites aromatizados com canela mal classificados como sendo aromatizados com alecrim. Os resultados obtidos mostram que o nariz eletrónico pode ser uma ferramenta prática e não-invasiva para o controlo e discriminação de azeites aromatizados.

data de publicação

  • novembro 1, 2021