Fatores de atratividade para a fixação de jovens médicos: o caso da ULSNE Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Nas últimas décadas tem-se assistido a uma degradação dos recursos humanos existentes no setor da saúde, levando a que uma das questões políticas fundamentais incida sobre a má distribuição de médicos em certas zonas geográficas. É comum os governos definirem políticas de incentivos para motivar os médicos a exercerem a sua atividade em zonas consideradas carenciadas. O objetivo principal deste estudo consistiu em compreender quais os fatores de atratividade para a fixação dos internos de formação específica, em zonas carenciadas. Assim, esta investigação apresentou uma abordagem qualitativa de um estudo de caso, tendo sido utilizada a técnica de entrevista, aplicada aos internos de formação específica da ULSNE. As principais conclusões sugeriram que os fatores intrínsecos (e.g., origem nas zonas carenciadas e antecedentes rurais) motivam uma futura fixação e, relativamente aos extrínsecos, a possibilidade de diferenciação e progressão na carreira pareceu ser a condição mais mencionada pelos internos para uma futura fixação nas zonas do interior. Dos fatores considerados não motivadores foram apontados a falta de apoio estrutural e humano, assim como o afastamento da família. Os internos apontaram como incentivo de fixação, essencialmente, o acréscimo remuneratório, o investimento na saúde e o desenvolvimento das zonas rurais. Foi possível verificar, também, que, na opinião dos internos, os incentivos atribuídos pelo Governo são insuficientes e não são decisivos para a fixação. Por último, foram reveladas algumas sugestões para a reformulação desta política pública com o intuito de melhores resultados, tal como algumas estratégias a adotar.

data de publicação

  • janeiro 1, 2020