Plantas espontâneas em floração como recurso alimentar para adultos de Chrysoperla carnea s.l. no agroecossistema olival
Artigo de Conferência
Visão geral
Pesquisas
Informação adicional documento
Ver Todos
Visão geral
resumo
As larvas de Chrysoperla carnea (Stephens) (Neuroptera: Chrysopidae) são consumidores generalistas de pragas nos agroecossistemas, nomeadamente no olival. Os adultos alimentam-se de meladas de hemípteros, pólen e néctar de plantas desempenhando a flora adventícia do olival um papel relevante em proteção biológica de conservação. Considerando que o pólen pode ser um recurso florístico essencial para a reprodução e fecundidade no predador e que o conhecimento acerca da dieta polínica de C. carnea é escasso, o presente trabalho teve por objetivo estudar a potencial seleção de tipos polínicos consumidos por C. carnea s.l. no agroecossistema olival. De abril a dezembro de 2012 e 2013, em olivais com coberto vegetal na região de Mirandela foram capturados adultos de C. carnea s.l. na copa da oliveira. Em laboratório, procedeu-se à remoção do conteúdo estomacal dos insetos para identificação, ao microscópio ótico, dos diferentes tipos polínicos. Paralelamente realizaram-se inventários das plantas em floração nos olivais e parcelas adjacentes de vegetação herbácea e arbustiva para comparação dos tipos polínicos consumidos e presentes no agroecossistema. Os resultados indicaram que os indivíduos de C. carnea s.l. consumiram pólen de diferentes plantas anemófilas e entomófilas pertencentes aos extratos arbóreo e arbustivo (Fabaceae, Pinaceae, Cistaceae ou Ericaceae) e ao extrato herbáceo (Asteraceae, Apicaceae, Brassicaceae, Poaceae, tipo Rumex o tipo Plantago). Por outro lado, verificou-se ainda que os adultos de C. carnea se alimentaram não só do pólen das flores mas também do outro pólen que provavelmente se encontra depositado sobre a superfície da vegetação, o que poderá representar um reservatório alimentar para períodos de escassez. Os resultados obtidos evidenciam a importância da flora espontânea nos agroecossistemas e podem contribuir para a gestão destas espécies no olival com vista ao fomento da comunidade de inimigos naturais de pragas da cultura.
