O estudo foca-se no discurso de seis formandos a frequentar um mestrado profissionalizante para o ensino e visa compreender como estes futuros professores
percepcionam a sua evolução como pessoas e como profissionais. A partir das categorias da Target Language Observation Scheme (TALOS), o estudo procede à análise de conteúdo das reflexões produzidas sobre três aulas observadas e desvela o autorretrato da prática profissional que nelas transparece. Na análise dos dados relativos à reflexão destacam-se, em primeiro lugar, pontos fortes e aspetos a melhorar evidenciados em cada momento de reflexão, dissecando-os em função de oito categorias TALOS.
O estudo que se apresenta sustenta-se numa metodologia de natureza qualitativa e o campo de investigação incide, especificamente, sobre as práticas de formação de alunos/as-futuros/as professores/as. Foca-se no próprio discurso dos participantes, alunos/as a frequentar um mestrado profissionalizante para o ensino, numa escola superior de educação do nordeste português, com o objetivo de compreender como eles/elas percepcionam a sua evolução como pessoas e como profissionais. A partir das categorias da Target Language Observation Scheme (TALOS), o estudo procede à análise de conteúdo das reflexões produzidas sobre três aulas observadas e desvela o autorretrato da prática profissional que nelas transparece. Na análise dos
dados relativos à reflexão de seis alunos/as formandos/as, destacam-se, em primeiro lugar, pontos fortes e aspetos a melhorar evidenciados em cada momento de reflexão, dissecando-os em função de oito categorias TALOS: (1) Adequação do discurso ao público: clareza e concisão; (2) O tempo de fala comparado com o tempo de fala das crianças; (3) Explicitação da estrutura da aula: facilitação do seguimento dos passos da aula pelo(à) supervisor(a), o(a) colega de estágio e as crianças; (4) Orientações dadas relativamente às tarefas: clareza das tarefas propostas às crianças; (5) Iniciativa na resolução de problemas: encorajamento das crianças à autocorreção autónoma ou colaborativa; promoção da negociação; (6) Comentários e perguntas personalizadas: uso dos nomes das crianças, relevância face ao conhecimento/experiência anterior das mesmas; (7) Reforço positivo: elogio, recompensa, encorajamento; e, (8) Ritmo: gestão do tempo em função
dos objetivos da aula, da dificuldade que sentiu na preparação e abordagem dos conteúdos. Constata-se um processo de aperfeiçoamento das capacidades de observação e de autoobservação dos sujeitos do estudo. Evidenciam-se diferenças nas perceções que os/as alunos/as tinham sobre eles/as no início do processo e no final, diferenças essas que resultam de mudanças operadas ao longo do processo formativo relativamente às suas formas de ser, estar e agir. O facto de assumirem a praxis como uma ação complexa favoreceu o aprofundamento da reflexividade e tornou-os mais abertos a novas possibilidades de ação.