Avaliação da diversidade e estado da regeneração em povoamentos de Pinus sylvestris L. na Serra da Nogueira
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A Serra da Nogueira, incluída no denominado maciço Vinhais/Bragança, caracteriza-se por um mosaico de habitats, resultado da prática de agricultura de montanha, compreendendo extensos bosques de carvalho-negral com alguns povoamentos de outras folhosas e resinosas onde se incluem os povoamentos de Pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris L.). Os povoamentos de Pinheiro-silvestre existentes rondam, em média, os 65 anos, são monoespecíficos caracterizados por uma estrutura regular do arvoredo adulto. Observa-se uma regeneração avançada em pequenas manchas ou agregados ao longo dos povoamentos os quais possuem abertura irregular ao nível da cobertura de copas devido ao corte de árvores, mortalidade ou derrube devido a intempéries. Na atualidade, assume-se que a máxima sustentabilidade ecológica é alcançada através da continuidade natural dos povoamentos. Essa continuidade através da regeneração natural dá origem a estruturas mais heterogéneas, mais biodiversas, mais resilientes e normalmente mais adaptadas às disrupções.
A Serra da Nogueira, incluída no denominado maciço Vinhais/Bragança, inclui os mais extensos e bem
preservados carvalhais de carvalho-negral no país. A paisagem é caracterizada por um mosaico de habitats,
resultado da prática de agricultura de montanha, compreendendo extensos bosques de carvalho-negral com
alguns povoamentos de outras folhosas e resinosas onde se incluem os povoamentos de pinheiro-silvestre
(Pinus sylvestris L.). Os povoamentos de pinheiro-silvestre existentes rondam, em média, os 65 anos. São
povoamentos monoespecíficos caracterizados por uma estrutura regular do arvoredo adulto. A vegetação
dominante do subcoberto é composta maioritariamente por Rubus spp., Crataegus monogyna Jacq., Erica
arborea L., Cytisus scoparius L., Genista falcata Brot. e Pteridium aquilinum L.. Observa-se uma regeneração
avançada em pequenas manchas ou agregados ao longo dos povoamentos os quais possuem abertura irregular
ao nível da cobertura de copas devido ao corte de árvores, mortalidade ou derrube devido a intempéries. Na
atualidade, assume-se que a máxima sustentabilidade ecológica é alcançada através da continuidade natural
dos povoamentos. Essa continuidade através da regeneração natural dá origem a estruturas mais heterogéneas,
mais biodiversas, mais resilientes e normalmente mais adaptadas às disrupções. Nesse sentido avaliou-se o
estado da regeneração de dois povoamentos de Pinheiro-silvestre na Serra da Nogueira (41°45’34”N, 6°54’53”W,
alt. 980 m), numa área de 12 ha. Aplicou-se uma amostragem sistemática dos povoamentos com vista à
instalação de um dispositivo de parcelas circulares semipermanentes seguindo um sistema concêntrico
de raio fixo. Instalaram-se 28 parcelas circulares de 500 m2 para medição do arvoredo adulto (d>=10 cm). A
regeneração natural (d<10 cm) foi dividida em dois estratos de acordo com a altura (até 2 m e > que 2 m)
estudados em parcelas circulares concêntricas de 100 e 200 m2, respetivamente. Avaliou-se a abundância
e diversidade com base nos índices de Shannon e de Simpson modificados, inverso do índice de Berger-
Parker e riqueza de espécies. A regeneração natural destes povoamentos é composta maioritariamente
pela carvalho-negral, seguindo-se o pinheiro-silvestre e o castanheiro. A predominância da regeneração de
carvalho reflete o fluxo líquido positivo de glande dos carvalhais em direção aos povoamentos de pinheiro e o
mesmo se passa relativamente à castanha a partir dos soutos e castinçais adjacentes. Usaram-se modelos
lineares generalizados (GLM) e modelos aditivos generalizados (GAM) para explorar a influência de potenciais
variáveis explicativas relacionadas com a estrutura do povoamento, cobertura de copas e grau de ocupação
do subcoberto arbustivo (SC) na abundância (variável resposta) das principais espécies que compõem a
regeneração natural. Os resultados indicam que a área basal (G, m2/ha) afeta significativamente a abundância
da regeneração natural. Além de G, a percentagem de SC revelou também influência. Ambas as variáveis são
referidas na literatura como associadas ao sucesso da regeneração natural. Áreas basais próximas de 40 m2ha-
1 favorecem a regeneração do pinheiro-silvestre enquanto G mais baixo favorece a instalação das folhosas.
A gestão silvícola destas áreas deve dar particular atenção ao controlo de G e SC por forma a fomentar a
regeneração e obter uma estrutura de coberto arbóreo mais diversificada dos novos povoamentos que se
pretendem mais sustentáveis e biodiversos.