Mudanças na legenda da Carta de Ocupação do Solo (COS) de 2007 para 2015: consequências para a estimativa do Fator C da USLE em Portugal
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O reconhecimento cartográfico das mudanças no uso do solo é importante para gestão do território, com vista à definição e implementação de estratégias eficazes de combate aos processos erosivos, degradação do solo e desertificação, entre outros. A USLE (Equação Universal de Perda de Solo) é um dos modelos mais comuns de estimativa de taxas de erosão, composto por 5 fatores, sendo um deles o fator C, que determina o grau de proteção do solo contra a erosão por uma vegetação específica. Foi objetivo deste trabalho realizar uma análise das mudanças na legenda da Carta de Uso e Ocupação do solo (COS) de 2007 para 2015 e de como isso afeta a estimativa do fator C da USLE em Portugal. A partir das Carta de Uso e Ocupação do Solo dos anos 2007 e 2015 de Portugal Continental (Direção Geral do Território), nível 2 e nível 5, foram identificadas as mudanças ocorridas na legenda, estimado o fator C da USLE para cada classe e gerada cartografia sintética permitindo avaliar as consequências daquelas mudanças para as estimativas do fator C. Quanto às diferenças entre as legendas da COS 2007 e 2015, há uma redução muito acentuada no número de classes do nível 5 (255 contra 48), já que na COS 2015 se agregam classes individualizadas na COS 2007. Por exemplo, na COS 2015 a classe Olivais é o conjunto das classes Olivais, Olivais com vinha e Olivais com pomar da COS 2007. Como resultado dessas diferenças, há dificuldades acrescidas em estimar o fator C de cada classe, face à diversidade de usos incluída na mesma unidade cartográfica. Por outro lado, as Especificações Técnicas da COS de Portugal Continental para 1995, 2007 e 2010 são mais detalhadas do que para 2015, apenas existindo uma tabela de comparação entre 2007 e 2010 em relação a 2015. Para realizar a estimativa do fator C com base na COS 2007, tomaram-se as características do coberto vegetal dos tipos específicos de uso descritos para as classes do nível 5, impondo as correspondentes restrições de cálculo ao aplicar as equações da USLE. No caso da COS2015, a estimativa do fator C de cada classe utilizou a tabela de correspondência entre as duas legendas (2007 e 2015) e que, no essencial, mostra a agregação de classes da COS 2007. Assim, com os fatores C e a proporção de área das classes de 2007 foram determinados os fatores C para a COS 2015. Neste exercício, estimaram-se os valores de C para todas as classes do nível 5 da COS 2007 e da COS 2015 para Portugal Continental, excluídas as áreas não vegetadas. Como consequência das mudanças na legenda da COS 2007 para 2015, foram encontrados valores do fator C mais elevados em 2015 do que em 2007, o que gera problemas de comparabilidade temporal e avaliação das tendências de evolução no grau de proteção do solo contra a erosão conferido pelo coberto vegetal.