A função escolar no lar: perspetiva das famílias monoparentais femininas Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • No âmbito do estágio da licenciatura em Educação Social, no ano letivo de 2021- 2022, foi desenvolvido um projeto com famílias residentes em Bairros Sociais e beneficiárias do Apoio ao Arrendamento numa cidade no interior de Portugal. Este visou compreender o impacto decorrente do período de confinamento e pós-confinamento provocado pela pandemia COVID-19. No entanto, considerou-se pertinente apenas retratar as perspetivas de famílias monoparentais femininas envolvidas no projeto face ao período de confinamento, no qual os seus domicílios se transformaram em “salas de aula”. Assente numa abordagem qualitativa, e partindo da teoria bioecológica, este estudo de natureza exploratória e descritiva, através de uma entrevista semiestruturada, teve como ponto de partida a seguinte questão: Quais foram as experiências vivenciadas pelas mães quando a escola se “instalou dentro da casa”? Consagraram-se como objetivos específicos: identificar as dificuldades sentidas e as estratégias desenvolvidas, bem como a perceção do impacto da aprendizagem dos filhos em ambientes virtuais. Colaboraram dez mães, com idades dos 26 aos 45 anos, maioritariamente desempregadas. Em termos de dificuldades sobressaiu a entrada da função escolar no lar, agravada pelas alterações nas ro3nas, bem como pela ausência de equipamentos de informática, pela instabilidade ou inexistência de conexões de internet e pela inexperiência no uso das plataformas de ensino remoto. Constatou-se ainda a dificuldade de algumas mães no acompanhamento das actividades propostas pela escola, recorrendo aos familiares próximos para apoio escolar dos menores. Numa fase inicial o apoio limitou-se, sobretudo, ao círculo familiar e das redes informais de vizinhança, sendo este, posteriormente, alargado aos serviços sociais, escolares e do município. Verificou-se ainda que 1/3 das entrevistadas reiterou o comprometimento dos processos de aprendizagem, sublinhando que a retenção escolar deveria ter sido considerada pelo Ministério da Educação. Neste contexto, o Educador Social assume especial relevância na mediação da relação escola-família.

data de publicação

  • janeiro 1, 2024