A Administração Pública nasceu, evolui e modificou-se em articulação com os sistemas
democráticos vigentes, as pressões económicas e os anseios e necessidades dos seus cidadãos. O
modelo gestionário surge em 1970-1975, associado ao Estado Neoliberal ou Contratualista. Sobre o
que é a Nova Gestão Pública, não existe, nem se imagina que possa existir, uma conceção
suficientemente abrangente e aceite por todos os investigadores. Ainda assim, poderá dizer-se que
foi uma terminologia usada para descrever um movimento, um campo de estudo e comentário para
os académicos, um conjunto de ideias e práticas adotadas nas mais recentes reformas
administrativas, um ajustamento nas relações entre o público e o privado, profissionais e gestores,
Governo central e local e defesa das técnicas e ferramentas da gestão empresarial. Decorridas várias
décadas desde o seu surgimento, é possível aferir-se de algumas incongruências, contradições,
limitações ou trade-offs, associados ao paradigma gestionário. O almejar estrito de conceitos como
eficiência, produtividade, eficácia e redução de custos substituiu os valores tradicionais e desígnio
dos serviços públicos. De igual modo, as tentativas de melhorar estruturas e processos
organizacionais, por via da atomização e fragmentação, frequentemente levam a aumentos na
burocratização, formalização e centralização e, por essa via, mais custos. Também os sistemas de
medição e gestão de desempenho apresentam problemas metodológicos e estratégicos e
constituem, em muitos casos, apenas um aumento na carga de trabalho e pressões psicológicas dos
colaboradores. O presente texto lança um olhar sobre estas e outras problemáticas associadas à
implementação da Nova Gestão Pública.