A pintora portuguesa Graça Morais (n. 1948) partiu de uma pequena aldeia transmontana, o Vieiro, para o mundo e encontrando o que no mundo é comum ao Vieiro, trabalhou também o que lhe é distinto e, no que é a prorrogativa da arte e da ciência, descobriu e criou novos mundos. A sua obra, resultante de mais de 40 anos de atividade, tem a virtude de estabelecer uma relação que une o local ao global e o global ao local numa dinâmica que envolve o observador e o questiona. Partindo da obra tutelar da pintora Graça Morais, o Instituto Politécnico de Bragança criou em 2018 o Laboratório de Artes na Montanha – Graça Morais, estrutura de investigação resultante de uma parceria estratégica com a Câmara Municipal de Bragança/Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e a própria pintora. Neste breve artigo fazemos o enquadramento deste novo projeto que, unindo arte e ciência, visa potenciar a atividade formativa, promover a criação artística e dinamizar processos de documentação, investigação e disseminação de resultados, contribuindo para tornar Bragança e o território envolvente em novas referências de descentralização científica e cultural e, simultaneamente, uma plataforma de contacto com todo o mundo.