Cada vez mais a investigação se tem dedicado ao estudo da componente sonora/musical que
constitui o universo teatral. Apesar da sua importância na definição, análise e compreensão da
obra, os objetivos de todos os estudos se têm centrado em elementos isolados que constituem a
música de cena. Partindo do princípio que toda a componente sonora/musical é um conjunto
orgânico, onde nenhum elemento deverá ser ignorado, o presente artigo pretende apresentar um
olhar temporal da relação dialética e dialógica entre o universo sonoro e teatral. Os ecos dessa
relação estão centrados na sua representatividade, importância e contributo para a evolução de
todo o pensamento sonoro/musical na narrativa teatral, com particular incidência sobre as práticas
composicionais e estéticas de Stanislavski, Meyerhold, Artaud, Brecht, Brook e Wilson na
construção dessa ligação entre a música e o teatro.