A atualidade apresenta-se como um tempo de aparentes contradições e paradoxos principalmente na forma como organizamos as perceções sobre o envelhecimento. É verdade que ninguém nega que o envelhecimento consubstancia ganhos sociais importantes que representam mais acesso a cuidados de saúde, aumento da esperança vida, melhores condições e maior qualidade de vida, contudo, persistem ideias e conceitos culturalmente definidos que nos fazem associar o envelhecimento a perdas, incapacidades e limitações. Neste sentido, importa (re)conceptualizar a terceira idade, compreendê-la como segmento meramente analítico na vida das pessoas, ou seja, perceber o envelhecimento não só como contínuo, mas, sobretudo em continuidade com o percurso de vida passado, presente e também futuro. A educação de adultos pode ter um papel fundamental no processo de reconstrução de narrativas de envelhecimento diversificadas centradas no que se aprendeu, no que se sabe e também no que se pode e deve ensinar a partir do lugar de quem já experienciou. Partindo destas premissas parece-nos pertinente salientar o valor de educar no processo de desconstrução de estereótipos associados ao envelhecimento e de construir, a partir das experiências pessoais, novas formas de interpretar a adultez sénior.