Mortalidade perinatal em pequenos ruminantes em Trás-os-Montes
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resumo
Nas explorações de Pequenos Ruminantes de Trás-os-Montes, a mortalidade perinatal é responsável por baixas
significativas na produtividade e na viabilidade económica das mesmas. Dadas as características edafoclimáticas
locais, a Produção Ovina e Caprina tem uma grande importância social, económica e ambiental, o que confere a
qualquer investigação neste sector uma importância vital.
Com este estudo pretendeu-se: a) determinar as causas de aborto no último terço da gestação e de morte das crias até
às 6 semanas; b) isolar, identificar e caracterizar os agentes responsáveis pela mortalidade/aborto; c) conservar os
agentes isolados; d) realizar estudos epidemiológicos que ajudem a identificar os factores de risco associados à
mortalidade/abortos; e) proceder, num futuro próximo, ao ensaio de vacinas de rebanho, utilizando os agentes
patogénicos considerados mais importantes e f) Divulgar os resultados, de modo que o conhecimento dos agentes
e/ou causas possa levar à implementação de regras de maneio adequadas e ao ajustamento dos programas
profiláticos das explorações, com vista ao aumento da produtividade das mesmas.
Este estudo foi realizado em colaboração com Associações de Criadores, OPPs, MV Municipais e criadores de gado.
Após solicitação do criador, procedeu-se à realização de necropsia dos fetos/crias, recolha e preparação de amostras
para posterior envio ao laboratório e preenchimento de um inquérito epidemiológico.
Os resultados revelam que a mortalidade é devida, maioritariamente, a doenças gastrointestinais (enterites catarrais e
hemorrágicas) e respiratórias (broncopneumonias e pneumonia intersticiais) ou a lesões múltiplas em vários órgãos,
com envolvimento dos dois sistemas (etiologia diversa). Nas primeiras 2-3 semanas de vida, ocorreu um predomínio
de lesões intestinais, enquanto nos animais mais velhos as mortes resultaram fundamentalmente de problemas
respiratórios. Os agentes microbianos mais frequentemente isolados foram: E. coli, Staphylococcus sp., Mannheimia
haemolytica, Streptococcus sp., Corynebacterium sp. e Pasteurella sp.. Estes resultados são consistentes com os
registados por outros autores, embora o número de infecções hepáticas, possivelmente com origem umbilical, tenha
apresentado uma incidência superior à esperada, o que indicia a necessidade de alteração as práticas de maneio nas
explorações.