Necessidades socioeducativas dos cuidadores informais de pessoas com demência Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Na prestação de cuidados, os cuidadores informais de pessoas com demência têm revelado várias necessidades, nomeadamente socioeducativas. Com o objetivo principal de conhecer as perceções e as necessidades socioeducativas dos cuidadores informais de pessoas com demência, realizámos um estudo de natureza qualitativa. Partindo da formulação da seguinte questão - como é que os cuidadores informais (com e sem apoio técnico/profissional) de pessoas com demência percecionam as suas necessidades socioeducativas? -, utilizámos como instrumento de recolha de dados a entrevista semiestruturada, dirigida a onze participantes. Os principais resultados revelam-nos que os cuidadores informais mantêm uma ligação direta com as pessoas com demência, maioritariamente são cônjuges ou filhas, sentindo-se as pessoas mais indicadas para assumir esse papel e as principais motivações estão relacionadas com sentimentos de obrigação/dever. Para os cuidadores participantes do nosso estudo, os aspetos positivos da tarefa de prestar cuidados estão associados, essencialmente, com o facto de cumprirem uma missão e os aspetos negativos estão relacionados com a sobrecarga social, emocional e física. Quanto às necessidades socioeducativas, os cuidadores revelam falta de tempo para se relacionarem com outras pessoas e reconhecem possuírem conhecimentos insuficientes para lidar com a pessoa com demência. Verificámos que apenas quatro cuidadores usufruem de apoio técnico/profissional, pelo que percebemos que este apoio é dirigido sobretudo para a pessoa com demência, mais do que para o próprio cuidador. Não conseguimos apurar diferenças significativas a nível das perceções e necessidades socioeducativas entre cuidadores com e sem apoio técnico/profissional.

data de publicação

  • janeiro 1, 2017