Como atores intervenientes no fenómeno do bullying, as testemunhas, embora menos estudadas, têm um papel importante na dinâmica desta problemática que se espera positivo, tanto ao longo do seu desenrolar como na sua finalização. Este estudo transversal, de caráter quantitativo e qualitativo tem como objetivo a
percepção das testemunhas de bullying acerca deste fenómeno durante a pandemia Covid19. Realizou-se com uma amostra composta por 376 alunos de escolas públicas em Portugal e Espanha (de duas cidades próximas da fronteira Portugal-Espanha), 253 de Portugal e 123 de Espanha, respetivamente, e de ambos os
géneros. A idade variou entre os 10 e os 16 anos. Além da pesquisa bibliográfica, a metodologia utilizada baseou-se no inquérito por questionário específico de bullying utilizado na investigação de Gonçalves e Vaz (2020), disponibilizado no Google Forms em Portugal, imprimido e enviado para aplicação em papel em Espanha. Os resultados mostram que durante a pandemia do Covid19, tanto em Portugal como
em Espanha os inquiridos viveram, direta ou indiretamente, alguma situação de bullying escolar. Embora a maioria, não tenha vivenciado situações de bullying, nem como vítima, nem como agressor, nem como testemunha, verificou-se, no entanto, que aqueles que as vivenciaram como testemunhas foram em maior número do que como vítimas ou agressores.