Vivemos numa era onde o domínio do conhecimento e a informação
constituem a base de sucesso das empresas. As pessoas são, hoje em dia, o
activo mais importante de uma empresa, assim como o é, o trabalho e os
processos que desenvolvem, o que em última análise constitui o
conhecimento da empresa, representado pelas suas patentes, bases de
dados, processos práticos, sistemas de informação, etc. Como denominar,
quantificar e contabilizar estes elementos? Como explicar, que no final de
1997 os activos da Microsoft fossem apenas 6% do seu valor de mercado e
que os da Coca-Cola fossem ainda menos - 4%? O que é, e como se gera esse
enorme “valor escondido”?
Surge a noção de Capital Intelectual como sendo tudo aquilo que existe
na empresa e lhe confere vantagem competitiva. Este é progressivamente o
activo mais importante e o recurso produtivo mais valioso das empresas. No
entanto, a contabilidade continua a centrar-se exclusivamente no capital
físico e financeiro quantificável.
Nos últimos anos têm surgido inúmeros estudos relativos ao capital
intelectual gerado pelas empresas, as quais desenvolvem as suas actividades
num meio onde são os valores de caracter imaterial aqueles que produzem
fontes de vantagens competitivas e o que diferencia as empresas umas das
outras. É fundamental que a Contabilidade reconheça esta informação e a
possa disponibilizar aos accionistas, investidores e actores sociais
interessados em informação útil que traduza a realidade da empresa. A
crescente importância e o crescente investimento em activos intangíveis
aumentou significativamente nas últimas duas décadas. Isto, levou o
International Accounting Standards Committee (IASC) a desenvolver
estudos durante anos para poder apresentar uma Norma Internacional de
Contabilidade sobre activos intangíveis.
Neste trabalho será feita uma breve apresentação desta norma, no
sentido de avaliar as últimas orientações do IASC relativamente à
contabilização de activos intangíveis. O objectivo final é tentar apresentar os
domínios dos intangíveis já tratados por esta norma e, de seguida, expor
alguns modelos de valorização e apresentação de bens intangíveis sobre os
quais não há ainda qualquer indicação quanto à sua contabilização.