A sensibilidade intercultural em estudantes no ensino superior Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Partindo do modelo teórico de competência comunicativa intercultural de Chen e Starosta (1996) este estudo, de natureza qualitativa e exploratória, visa analisar o nível de sensibilidade intercultural, junto de estudantes provenientes de uma instituição do ensino superior portuguesa. Para o efeito foi elaborado um inquérito por questionário composto por questões sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, nacionalidade e situação profissional) e domínio de outras línguas para além da materna. Recorreu-se ainda à escala de Sensibilidade Intercultural, traduzida e adaptada para a língua portuguesa por Gonçalves (2010). A amostra de conveniência incluiu 189 estudantes, dos quais 90 eram portugueses e 99 provenientes de países de língua portuguesa. A maioria dos participantes era do sexo feminino (75,66%) e com uma média etária de 22,78 anos (DP = 4,72). Conforme a definição do construto e do instrumento de medida, as análises efetuadas permitiram constatar uma avaliação global da sensibilidade intercultural no nível médio-alto, com a seguinte ordem decrescente nos fatores que compõem a escala: Respeito pelas Diferenças Culturais, Implicação na interação, Atenção na interação, Satisfação na Interação e Confiança na interação. Revelou-se igualmente a existência de diferenças na sensibilidade intercultural relativamente ao sexo, à idade, ao domínio de outra língua e ao grupo de pertença dos estudantes. Especificamente foram os estudantes portugueses, comparativamente com os estudantes provenientes de países de língua portuguesa que apresentaram maiores níveis de sensibilidade intercultural. Destacou-se ainda a presença de níveis de sensibilidade intercultural superiores nas alunas e nos estudantes mais jovens. Também se verificou que os estudantes que dominavam outra língua, para além da materna, demonstravam maiores níveis de sensibilidade intercultural. A escala de sensibilidade intercultural apresentou bons níveis de fiabilidade e de validade confiabilidade (a= 0,90), corroborando o seu potencial uso na avaliação deste construto. Com base nos dados veiculados são ainda discutidas as implicações práticas dos resultados encontrados.

data de publicação

  • janeiro 1, 2023