Novos desafios para a aprendizagem da língua: tecnologias digitais e design thinking Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Portugal tem assistido, particularmente desde 2015, a um fluxo migratório oriundo de países como a Síria e a Eritreia, o qual tem exigido um aprofundamento do conhecimento sobre o processo de acolhimento, contribuindo assim para que ele seja cada vez mais eficaz. Neste processo, a língua apresenta-se como componente fundamental para a integração e subsequente autonomização de pessoas que chegam ao país e que requerem/beneficiam de proteção internacional. Com efeito, o recente estudo do Observatório das Migrações recomenda que o Plano Nacional de Acolhimento e Integração determine a especificidade de um programa de língua portuguesa, conducente à aprendizagem e à formação. Os cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL), criados pela Portaria n.º 1262/2009, de 15 de outubro, mostravam-se desajustados, impedindo uma resposta eficaz às necessidades individuais dos destinatários. O caráter desenquadrado daqueles cursos levou a que a tutela apresentasse alterações ao quadro normativo, criando os cursos de Português Língua de Acolhimento através da publicação da Portaria n.º 183/2020, de 5 de agosto. Esta comunicação descreve um estudo de caso que incidiu num curso PFOL (150 horas) de uma escola transmontana, durante o período de transição (novembro de 2020 a maio de 2021) entre os quadros normativos referidos, para a obtenção da certificação de nível A2 do Quadro Comum Europeu de Referência. Os sujeitos envolvidos neste estudo constituíram uma turma heterogénea não só quanto aos países de origem (Eritreia, Paquistão, Croácia, Moldávia), como também pelas diferenças culturais, religiosas, linguísticas e pelos seus diferentes níveis de competências digitais. Neste âmbito, poderá o design thinking aliado às tecnologias digitais contribuir para a aprendizagem da língua? Para responder a esta questão desenvolveu-se uma investigação empírica que recorreu a várias técnicas de pesquisa de dados: pesquisa documental e observação, incluindo as atividades de codiagnóstico. Destaca-se que a análise do diário do investigador apontou para propostas de atividades de ensino do português L2 e de didática da língua, baseadas na utilização de técnicas de Design Thinking. O Design Thinking apresenta-se simultaneamente como um método e uma ferramenta capaz de contribuir para a resolução de problemas, numa prática participativa e colaborativa, aplicados ao contexto e conteúdos educativos, com o recurso a tecnologias digitais.

data de publicação

  • janeiro 1, 2021