Análise toxicológica dos canabinóides sintéticos enquanto novas drogas psicoativas
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Os canabinóides são substâncias encontradas na planta cannabis, cujos efeitos psicoativos devem-se sobretudo ao composto Δ9-tetra-hidrocanabinol (Δ9-THC). Desde a sua descoberta novos compostos análogos foram sintetizados para uso farmacológico e, mais recentemente como drogas de abuso. Os seus efeitos fisiológicos e psicoativos são semelhantes ao Δ9-THC, mas com maior intensidade e toxicidade. Esta investigação teve como objetivos, descrever a farmacocinética dos canabinóides sintéticos (CS) e caracterizar os métodos analíticos disponíveis para a sua quantificação. Neste contexto, realizou-se um levantamento bibliográfico nas bases de dados, Pubmed e Scielo. Foram utilizados, mais frequentemente, os seguintes descritores: canabinóides sintéticos, farmacocinética e métodos analíticos. A inalação é a forma de administração mais comum, manifestando-se os efeitos psicotrópicos entre segundos a minutos. Os CS são extensamente metabolizados, perdendo partes substanciais da sua estrutura, e em geral sofrem reações de hidroxilação e desalogenação (Fase I) e os metabolitos de fase II são quase exclusivamente glucuronídeos. Os imunoensaios são usados como teste de despiste, que necessitam de posterior confirmação, mas no caso de novos CS a sua utilização é limitada. Os testes de confirmação mais comummente utilizados são a cromatografia líquida (CL) ou gasosa (CG) acoplada à espectrometria de massa (EM), que permite a identificação dos CS em diferentes amostras biológicas. Contudo, a rápida modificação dos CS não permite a sua validação em tempo útil, pois são métodos morosos e acarretam grandes custos. Mais recentemente, foram desenvolvidos novos métodos cromatográficos que permitem a análise de CS conhecidos ou desconhecidos num curto espaço de tempo, embora a sua seletividade para determinar concentrações baixas pareça ser limitada. A rápida modificação dos CS e a falta de biomarcadores específicos para a sua determinação antevê a utilização de novos métodos dirigidos a diferentes analitos (non-target) para documentar a sua quantificação em amostras biológicas, em tempo útil e adaptada ao mercado das novas drogas emergentes.