Efeito do uso de microrganismos benéficos no desenvolvimento de azevém
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resumo
A utilização de bactérias promotoras de crescimento vegetal pode ser uma alternativa sustentável e eficaz para os agroecossistemas, ao uso da fertilização química realizada tradicionalmente. Além de apresentarem benefícios à produtividade agrícola, auxiliam na conservação do solo, principalmente em regiões com fertilidade limitada e cobertura vegetal escassa. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de inoculantes à base de Azospirillum brasilense e Bacillus subtilis no desenvolvimento de Lolium perenne (azevém). Sementes de azevém foram inoculadas com a imersão em meio de cultura NFb líquido durante 30 minutos, contendo Bacillus (B), Azospirillum (A), Bacillus + Azospirillum (B+A), Bacillus + Azospirillum + Biochar (B+A+Bioch) e controlo (C), onde nada foi adicionado. As sementes foram subsequentemente semeadas em vasos contendo substrato comercial. Os parâmetros avaliados foram crescimento longitudinal das plântulas (“CL”, cm) e percentagem de cobertura (%Cob), medidos em dias alternados até o fim do ensaio. Também se avaliou biomassa aérea (BiomA, g) e radicular (“BiomR”, g), assim como carbono da respiração microbiana (mgC-CO2/100g solo), ao final do ensaio (21 dias). O CL apresentou padrões semelhantes para todos os tratamentos até à metade do ensaio. Entretanto, na última semana, o tratamento B+A+Bioch demonstrou um notável pico de crescimento, superando os demais tratamentos (C: 7,0 ± 0,3 cm; B: 7,1 ± 0,8 cm; A: 7,3 ± 0,5 cm; B+A: 7,5 ± 1,1 cm; B+A+Bioch: 10,1 ± 1,4 cm). O mesmo foi observado para %Cob e BiomA, em que o tratamento B+A+Bioch apresentou 19% a mais de cobertura relação ao controlo, bem como evidenciou um incremento em 38% na BiomA. No que se refere a BiomR, observou-se que o tratamento A originou um maior desenvolvimento radicular, seguido de B+A, B+A+Bioch e B, respetivamente. Em relação a respiração microbiana, todos os tratamentos mostraram concentrações de carbono superiores ao controlo, sendo que no tratamento B+A+Bioch o incremento foi de 74%. Os resultados obtidos evidenciaram que a inoculação com estirpes de Azospirillum e Bacillus foi eficaz para acelerar o desenvolvimento de azevém. O tratamento que envolveu a co-inoculação com biochar apresentou melhores resultados para a maioria dos parâmetros avaliados.