Introdução: A prática desportiva de competição pode integrar o
conjunto dos fatores de risco associados às alterações posturais
em crianças e jovens.
Objetivo: Pretendeu-se estimar a prevalência de assimetrias
posturais em crianças e jovens praticantes de futebol de
competição.
Métodos: Estudo seccional observacional. A amostra foi
composta por 47 praticantes de futebol do sexo masculino entre 9
e 16 anos (13,02 ± 2,51), pertencentes aos escalões de juniores B,
C, D e E. Recorreu-se a procedimentos cinemétricos e técnicas de
fotogrametria com recurso do programa computacional SAPo
para averiguar a prevalência de alterações posturais. Para
analisar as diferenças entre a prevalência de assimetrias entre os
escalões utilizou-se o teste de Kruskall-Wallis e de Dunn. O nível
de confiança foi de 95%.
Resultados: Verificaram-se assimetrias posturais no
alinhamento vertical dos acrómios (72%), das linhas articulares
do joelho (87%), nos pontos médios das patelas (89%), nas
tuberosidades das tíbias (91%), maléolos laterais (87%) e
mediais (77%). Na coluna vertebral, verificou-se a prevalência de
escolioses, sobretudo torácicas (79%, T3-T7) e de prevalência
mais baixa lombares (64%, L1-L5). Observou-se uma tendência
para a diminuição dos desalinhamentos das tuberosidades das
tíbias e dos maléolos laterais com a idade. Também foi verificado
um aumento das escolioses e das assimetrias ao nível da linha média da perna.
Conclusão: Houve diferenças significativas na prevalência de assimetrias posturais entre escalões em
tuberosidades tibiais, maléolos laterais, linha média da perna e escolioses nas vertebras C7-L1 e L1-L5. As
exigências próprias da modalidade de futebol podem estar associadas a um perfil postural do jovem futebolista.