Uso de medicamentos em gestantes
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resumo
Antecedentes/Objetivos: O uso de medicamentos por gestantes
deve ser considerado um problema de saúde pública (Carmo, 2003;
Baldon et al, 2006). É um comportamento de alto risco terapêutico
com elevados riscos potenciais, sobretudo, para o feto, mas também
para a gestante (Olesen et al, 1999; Oliveira & Fonseca, 2006). Os efeitos
sobre o feto dependem do fármaco ou substância, da paciente, da
época de exposição durante a gestação, da frequência e da dose total,
resultando potencialmente em teratogenia ou com consequências
farmacológicas e toxicológicas diversas (Sorensen & De Jong-Van,
1997). Foram objetivos desta investigação determinar a prevalência
do uso de medicamentos por gestantes em 2 Centros Hospitalares do
Norte de Portugal, avaliando se existe relação entre as características
maternas, fonte de indicação e os resultados obtidos pelas gestantes
na sua experiência com medicamentos.
Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo transversal, observacional
e analítico. A recolha de dados foi feita de Março a Maio de
2012. Todas as gestantes foram convidadas a participar, independentemente,
do tempo de gestação. Participaram, nesta investigação,
125 gestantes.
Resultados: Verificou-se que 79,2% das gestantes declararam utilizar
pelo menos um medicamento, destas 5,1% fizeram-no sem prescrição
médica. O Ferro (45%) e o Ácido Fólico (25%) foram os mais
consumidos, porém, medicamentos considerados de risco para o feto
também foram utilizados, nomeadamente, Atarax (2%), Minocin (1%),
Omeprazol (1%), Amoxicilina (1%) e Cartia (1%). O trimestre gestacional
foi o único parâmetro que registou diferenças na toma de medicação,
sendo que foram as gestantes que se encontravam no terceiro
trimestre de gravidez as que mais recorreram ao consumo de medicamentos
(85,3%).
Conclusiones: Embora o consumo de medicamentos durante a gestação
seja uma realidade, esta tendência tem vindo a diminuir ao longo
dos anos. Como medidas a serem tomadas na tentativa de reduzir
o consumo de medicamentos não prescritos, sugere-se a realização
de campanhas educativas em saúde e a partilha de informação que
alerte para os riscos e contraindicações, bem como, a orientação sobre
medidas alternativas não farmacológicas que poderão ser adotadas
pelas gestantes.