As doenças nas plantas resultam da tripla
interação entre os agentes patogénicos, as
plantas e as condições ambientais. As estratégias de proteção baseiam-se na utilização de substâncias tóxicas para eliminar os agentes patogénicos, na alteração das condições ambientais para favorecer as plantas e/ou impedir o desenvolvimento dos parasitas na obtenção de plantas resistentes
com recurso às técnicas do melhoramento
vegetal. Sucessos notáveis foram obtidos
com a aplicação de substâncias fungicidas,
de variedades resistentes às doenças e com
a utilização de atmosferas controladas. O
carácter dinâmico dos processos biológicos
e dos ecossistemas mostrou, no entanto,
que as soluções não são definitivas e deixam
de ser eficazes como aconteceu com
o aparecimento da resistência dos fungos
aos fungicidas e a perda da capacidade de
resistência das plantas pela rápida alteração
da população do agente patogénico. As soluções deixaram de ter aplicação universal
a proteção das plantas só é novamente conseguida com base no conhecimento dos fenómenos biológicos envolvidos (estudados
pela investigação) e assim encontrar novas
soluções e novas estratégias para combater
as doenças das plantas. O estudo dos processos
biológicos (investigação) em cada
situação concreta é assim uma nova abordagem
para a prática da proteção das plantas
que possibilitará soluções sustentáveis,
mesmo para as quais nunca existiram fungicidas eficazes nem plantas resistentes como no caso do Cancro do Castanheiro e que em seguida se apresentará como exemplo da interação
entre a investigação e a prática da
proteção da plantas.
Será mesmo esta ligação entre investigação
e a prática da proteção das plantas que socialmente justifica os recursos aplicados
em investigação e tornam relevantes as profissões que possibilitam a manutenção dos
ecossistemas agrários e a produção