A experiência musical dos dias de hoje apresenta características e contornos diferentes de outrora. O ritmo transformador da sociedade contemporânea, em todos os seus níveis e domínios, contribui para que exista na paisagem sonora o aparecimento de novos estilos, linguagens, sons e instrumentos, que levam à alteração e ajustamento dos paradigmas de composição, das abordagens e estratégias de ensino-aprendizagem e dos formatos/meios de comunicação e acessibilidade musical. Podemos afirmar que a paisagem sonora, os contextos e as comunidades de aprendizagem deste século carregam consigo desafios e oportunidades, sendo da responsabilidade de todos os actores (educativos e locais) explorar as suas potencialidades. Procurando responder a todos estes desafios, importa, assim, renovar as competências dos profissionais de Educação Musical, repensar e transformar concepções, acções e práticas. Neste particular, a reflexão e revisão de todo o processo de formação urge como premissa fundamental na requalificação destes profissionais. Rever as suas finalidades, reposicionar as suas funções e redimensionar as suas competências impede a estagnação e o retrocesso e promove uma visão criativa, reflexiva e pró-activa, fundamentais nesta nova temporalidade de partilha e espaço relacional, como elementos reguladores dos processos de desenvolvimento do conhecimento e da vida.