Este estudo de natureza quantitativa, descritiva e exploratória, tem como objetivo analisar a habilidade empática de auxiliares de ação direta de pessoas idosas em função das suas características sociodemográficas e profissionais. Para a recolha de dados foi utiizado um questionário composto por itens sociodemográficos e profissionais, além da versão validada para a população portuguesa do Índice de Reatividade Interpessoal. Colaboraram neste estudo 177 profissionais, na sua maioria mulheres (96,61%), casadas ou em união de facto
(60,45%), com educação secundária completa (56,60%) e uma média etária de 46,54 anos. O tempo médio de experiência profissional foi de 10,15 anos. Os resultados indicaram que os níveis médios de empatia foram superiores à média teórica da escala, com os seguintes fatores em ordem decrescente: Preocupação Empática, Tomada de Perspetiva, Fantasia e Desconforto Pessoal. Importa salientar que estes valores não se diferenciaram em função da idade, do estado civil e do nível de escolaridade dos participantes. Constatou-se, porém, que os cuidadores com mais experiência e maior satisfação profissional apresentaram níveis mais elevados de empatia afetiva. Além disso, aqueles que assinalaram maior satisfação profissional evidenciaram maiores níveis de
empatia cognitiva e afetiva. Infere-se dos dados obtidos a necessidade da continuidade relacional e institucional por parte dos cuidadores, e do investimento em programas que fortaleçam o desenvolvimento de habilidades empáticas nestes profissionais, o que poderá ter um impacto significativo na melhoria dos serviços prestados e na qualidade de vida das pessoas idosas.