A saúde sexual, requer uma abordagem positiva e respeitosa da sexualidade, das relações sexuais, a possibilidade de ter experiências prazerosas e
sexo seguro, livre de constrangimento, discriminação e violência. O binómio da satisfação sexual e das crenças sexuais, constituem determinantes fundamentais da
saúde mental do homem. Objetivo: Pretendeu-se avaliar a satisfação sexual e as
crenças sexuais na população masculina em Portugal e a sua relação com as variáveis
de caraterização. Metodologia: Quantitativa, estudo observacional, transversal,
descritivo-analítico. Foi utilizado um Questionário composto pela Nova Escala de
Satisfação Sexual (Pechorro et al, 2015) Questionário das Crenças Sexuais Disfuncionais (Nobre, Pinto, Gouveia & Gomes, 2003), às quais foram associadas
questões de caraterização. Para a seleção da amostra foi utilizada a metodologia Bola
de Neve. A colheita de dados decorreu em 2021. Foram respeitados todos os procedimentos éticos deste tipo de estudos, tendo em conta a Declaração de Helsínquia
e Convenção de Oviedo. Resultados: A amostra é composta por 157 homens entre os
18 e os 73 anos. Os participantes têm em média 27,4 anos. São maioritariamente
solteiros (88.6%), possuem formação superior (50.3%), são estudantes (45.9%)
Aproximadamente 80% considera-se como exclusivamente heterossexual. A satisfação
sexual apresenta uma média de 82,52 (±13,91), traduzindo níveis de satisfação sexual
acima da média da escala. As crenças sexuais disfuncionais apresentam uma média de
73,58 (±23,86), apresentando menores crenças disfuncionais que a média da escala.
Foi verificado um coeficiente de correlação negativo e fraco (r = -0,164) entre a
satisfação sexual e as crenças sexuais disfuncionais. Conclusão: Em conclusão, as
evidencias demonstram que os homens mais satisfeitos a nível sexual são os que
apresentam menor nível de crenças sexuais disfuncionais. Os homens mais novos são
os que possuem maior nível de crenças disfuncionais, e os que mais procuram prazer
meramente através do contacto físico. Estes resultados devem ser considerados ao
nível da programação de intervenções de saúde, mais concretamente na promoção e
educação para uma boa saúde mental da população masculina. É imprescindível
elaborar mais pesquisas e com uma amostra mais alargada, para que se possa
conhecer com mais detalhe a vivência da sexualidade na população masculina e desta forma contribuir para uma prática clínica mais personalizada e adequada às necessidades destes indivíduos.