Da produção ao consumo: breve estudo do mercado nacional de azeite biológico
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resumo
A agricultura em Modo de Produção Biológico – MPB constitui uma atividade com
elevado potencial, assumindo-se cada vez mais como uma oportunidade para o setor
agrícola. O olival é uma das culturas com maior implantação no MPB, contudo, apesar
da sua importância histórica, na última década, a área decresceu, o mercado nacional é
ainda reduzido e a quebra verificada nos preços afeta a atratividade do setor.
Esta comunicação visa contribuir para o desenvolvimento da olivicultura em MPB em
Portugal. Para tal, analisa a produção e consumo de azeite biológico, com base em
dados estatísticos e informação primária, obtida através de um questionário aplicado a
uma amostra aleatória de potenciais consumidores residentes na cidade de Bragança.
A agricultura em MPB representa atualmente cerca de 6% da Superfície Agrícola Útil –
SAU nacional, sendo que, em 2014, a olivicultura em MPB ocupava 19 000 hectares,
distribuídos por 1 400 produtores. O Alentejo é a região onde se encontra a maior área
de olival biológico (44% da área e 25% dos agricultores) e Trás-os-Montes a região com
o maior número de operadores (32% da área e 39% dos agricultores). Na última década,
apesar do crescimento de cerca de 84% do número de operadores, a área total dedicada
ao olival em MPB decresceu cerca de 16%. A análise do consumo salienta que existe
ainda grande potencial de crescimento para este tipo de produtos. Os resultados revelam
que a maioria dos inquiridos não é consumidora de azeite biológico, embora grande
parte pretenda vir a sê-lo. O preço é o principal obstáculo ao incremento do consumo
deste produto. O estudo do comportamento do consumidor revela ainda que o fator
saúde prepondera sobre o fator ecológico. Assim, na comunicação com o consumidor,
os agentes da fileira deverão apostar nos benefícios para a saúde do consumo deste
produto e no desenvolvimento de uma maior consciência ecológica dos consumidores.