Incêndios florestais na região norte de Portugal: áreas ardidas, recorrência e classe de uso do solo afetadas entre 1990 e 2018
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Os incêndios florestais constituem reconhecida ameaça aos recursos dos territórios e o conhecimento do historial da distribuição espacial das ocorrências, da sua recorrência e da extensão das áreas afetadas por incêndios é elemento útil para a gestão do território, permitindo identificar áreas de risco e melhorar as ações de prevenção e mitigação dos impactos dos incêndios que ocorrem todos os anos em Portugal. O objetivo do trabalho foi o de analisar o historial de registos de ocorrência de incêndios, de áreas ardidas, de recorrência dos incêndios e do uso da terra anteriormente ao fogo. A área objeto de estudo foi a Região Norte (RN ) de Portugal Continental (NU TII), sendo a análise realizada até ao nível do Concelho, embora os resultados sejam apresentados ao nível da NUTIII. Seguindo metodologia anterior aplicada ao distrito de Bragança, as fontes de informação para a análise correspondem a dados publicados pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): fontes estatísticas, cartografia e relatórios publicados. O período de análise compreendeu a série 1990-2018 (29 anos). Na RN, a maior área ardida foi registada no ano de 2015, com 140504 ha. No período analisado, o número de ocorrências registadas correspondeu aproximadamente a 64% do total registado no país e a cerca de 1/3 em termos de área ardida. Com relação ao uso da terra das áreas atingidas pelo fogo na RN, 49% correspondem a matos, 23% são povoamentos florestais e 9% são áreas agrícolas, diferente da ordem de classes de Portugal Continental (povoamento florestal > matos > uso agrícola). Em 29 anos, cerca de 70% da RN ardeu, com uma média anual de 39168 ha ardidos (2%). Em termos de recorrência, 676463 e 524869 ha foram afetados por mais de um e de dois incêndios, respetivamente, num total de área ardida de 1425892 ha e num total de área afetada de 749429 ha. As variações intrarregionais na RN são importantes, sendo o Douro a NUTIII que mais ardeu no período em análise.