Agrimonia eupatoria: atividade farmacológica, interações perigosas e efeitos colaterais Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Nos últimos anos observa-se, a nível mundial, um aumento considerável no consumo de plantas medicinais. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (2002), cerca de 80% da população mundial utiliza produtos de origem natural para combater vários problemas de saúde. Este trabalho de investigação teve como objetivos, descrever e caraterizar a Agrimonia eupatoria em termos das suas propriedades farmacológicas, interações e efeitos colaterais. Realizou-se um levantamento bibliográfico, de forma nãosistemática, para a procura de informações sobre constituintes, propriedades farmacológicas, interações, efeitos colaterais e precauções. As partes utilizadas da Agrimonia eupatoria são as folhas e as partes aéreas floridas para fazer infusões, decocções ou cataplasmas. A planta tem como constituintes, ácido palmítico, esteárico e silícico, flavonoides, apigenina, luteolina, luteolina 7-glucósido, quercetina, quercitrina, canferol, canferol 3-ramnósido, canferol 3-rutinósido, canferol 3-glucósido, taninos condensados e hidrolisados, vitaminas, complexo nicotonamida, tiamina entre outros constituintes (triterpenos, cumarinas, fitoesteróis e óleos voláteis). Neste contexto, o perfil farmacológico pode descrever-se como antidiarreico, adstringente, purificador do sangue, colagogo, diurético, tónico hepático e digestivo, dermatológico, anti-inflamatório oral, antirouquidão, tratamento de hemorroidas externas e protetor hepático em ratos. Quando ingeridos em doses excessivas, os constituintes da planta podem interagir com as terapias que recorrem ao uso de anticoagulantes e hipertensores e, na generalidade, com a ação de fármacos metabolizados no fígado. Foram encontradas interações perigosas com diversos fármacos antitromboembólicos. Os efeitos colaterais da Agrimonia eupatoria incluem hipotensão, arritmia, náuseas, vómitos, paragem cardíaca, distúrbios digestivos, obstipação e insuficiência hepática/renal. Apesar da intensificação de pesquisas acerca das plantas medicinais ainda se desconhece muitas das suas interações com outros medicamentos. Ainda assim, a maioria dos utilizadores não relata o seu uso ao profissional de saúde. Tal como é defendido por vários investigadores, na prática clínica, questionar os pacientes sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos é determinante para a prevenção de interações planta-medicamento.

data de publicação

  • janeiro 1, 2015