Conceções e práticas dos educadores de infância sobre a educação para a cidadania global
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resumo
A Educação para a Cidadania Global (ECG) constitui, de acordo com a UNESCO (2015), um dos
objetivos específicos para uma educação de qualidade. Este é um tema amplamente investigado ao
nível da educação primária, básica e secundária, escasseando estudos no âmbito da educação pré-
escolar. Centrando-nos nas conceções e práticas dos educadores de infância portugueses sobre a
ECG, no âmbito de um projeto financiado, foi desenvolvido um estudo de natureza quantitativo que
teve como objetivos (i) analisar as conceções de cidadania global e ECG; e (ii) identificar as barreiras
à integração da ECG na educação pré-escolar. Para a recolha de dados foi elaborado um
questionário, aplicado a 222 educadores de infância, maioritariamente com licenciatura (71,17%). As
idades dos participantes variaram dos 24 aos 65 anos (M=50,42; DP= 9,00). Grande parte dos
respondentes exercia funções num jardim infância da rede pública (67,57%) e situado numa área
urbana (53,15%). O tempo médio de exercício profissional foi de 26 anos (DP=10,14). Os resultados
demonstraram que 83,33% dos educadores de infância não tinha experiência em iniciativas de ECG.
Da análise dos dados destacou-se um conceito de cidadania global “soft”, de cariz mais humanitário
ou moral, que acentua a interdependência e a cooperação em ações a nível local, nacional ou global
em prol da preservação do planeta. Foi igualmente notório o privilegiar da dimensão cognitiva da
ECG. Da análise das barreiras à implementação da ECG foram identificadas, sobretudo, de índole
organizacional. Conclui-se a necessidade de investir na formação inicial e contínua dos educadores
de infância para melhor os apoiar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes para abordar
questões complexas no mundo atual (e futuro).