Introdução: O declínio funcional do idoso resulta da diminuição da sua capacidade nas funções, física,
emocional e social ao longo da vida sendo consequência da alteração de fatores intrínsecos ao próprio
indivíduo que se prolongam temporalmente e, da ocorrência de incidentes críticos.
Objetivos: Determinar a prevalência do deficit cognitivo e identificar fatores demográficos (idade, sexo,
meio, escolaridade) e de saúde (patologias) associados.
Métodos: Para avaliar a disfunção cognitiva foi utilizado o Mini-Mental State Examination (MMSE)
desenvolvido por Folstein et al. (1975), adaptado e validado para Portugal por Guerreiro (2008). O
MMSE é um instrumento de rastreio cognitivo, utilizado em contexto clínico e de investigação,
constituído por 6 secções que permitem avaliar as áreas de orientação, atenção, linguagem, concentração,
flexibilidade mental, memória recente e a praxia.
Resultados: Foram avaliados 149 doentes internados, durante o ultimo semestre de 2010, numa unidade
de convalescença do Distrito de Bragança. Foram excluídos 51 utentes por não terem tido tempo de
internamento suficiente para se proceder à sua avaliação. Do total de doentes avaliados, 101 eram do
género feminino e 48 eram do género masculino, apresentavam, maioritariamente, idades superiores a 75
anos, eram provenientes do meio rural e possuíam baixo nível de escolaridade. A prevalência registada de
deficiência cognitiva foi de 36,2%, havendo maior prevalência no género feminino e em indivíduos com
idades mais avançadas.
Conclusão e discussão: O estudo demonstra que os doentes internados numa unidade de convalescença
do Distrito de Bragança apresentavam, maioritariamente, idades superiores a 75 anos, eram do género
feminino, provenientes do meio rural e com baixo nível de escolaridade. Tais características associadas à
manifestação de demência conduzem a um elevado grau de dependência, o que constitui um problema
socioeconómico atual para a família, em particular, e para sociedade, em geral.
O declínio funcional do idoso resulta, da modificação do estado
considerado normal que ocorre nas funções, física, emocional e social
ao longo da vida (Hillsdon et al., 2005), da alteração de fatores
intrínsecos ao próprio indivíduo e que se prolongam temporalmente,
como por exemplo, a idade, género, estado civil, escolaridade, papéis sociais, condições de saúde, entre outros, e da ocorrência de
incidentes críticos, como uma queda, internamento ou intervenção
clínica, morte de um familiar, a reforma, entre outros (Santana, 2000).