Vírus: Os Inimigos Invisíveis da Abelha (Apis mellifera L.)
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Nas últimas décadas, a abelha melífera (Apis mellifera L.), tem sido sujeita a várias pressões, tais como, alterações climáticas, perda e fragmentação de habitat, o uso intensivo de agroquímicos e pesticidas, entre outros, que afetam a sua nutrição e a sanidade comprometendo assim a sua a longevidade. Aliado a todos estes fatores, a introdução de predadores (e.g. Vespa velutina), parasitas (e.g. Varroa destructor) e patógenos (e.g. Nosema ceranae) de outros continentes e a interação entre eles com o hospedeiro tem culminado em enormes perdas de colónias a nível mundial. O ácaro ectoparasita Varroa destructor e o fungo Microsporidia Nosema spp. (fungos parasitas unicelulares e formadores de esporos) têm sido apontados como um os principais agentes causadores de mortalidade das colónias. Porém, nos últimos anos as viroses têm vindo a ocupar um lugar de destaque, especialmente devido à estreita associação da varroa ao vírus das asas deformadas (DWV). Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, uma vez que só conseguem reproduzir-se no interior de uma célula do hospedeiro. Tipicamente medem menos de 0,2 µm, e por isso não podem ser visualizados no microscópio ótico, sendo frequentemente identificados a partir de sintomas específicos que provocam na abelha, como é o caso da deformação das asas causada pelo DWV. Até ao momento, foram isolados mais de 50 vírus na abelha (Beaurepaire et al., 2020) dos quais 24 foram descritos por Bill Baley e Brenda Ball entre os anos 60 e 80 no Reino Unido (de Miranda et al., 2013). A maioria dos vírus das abelhas têm como material genético ARN (ácido ribonucleico), sendo que apenas o vírus filamentoso da Apis mellifera (AmFV) e o vírus iridescente Apis (AIV) têm ADN (ácido de desoxirribonucleico; de Miranda et al., 2013).